Acnur pede que nigerianos não sejam forçados a retornar, após violência
Pelo menos 15 pessoas foram mortas durante uma operação de repatriamento dos Camarões neste mês; confrontos entre o exército e rebeldes no nordeste agravaram as situações de segurança e humanitária.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, advertiu, esta terça-feira, contra o regresso forçado de desalojados devido à recente escalada da violência no nordeste da Nigéria.
Em nota, emitida em Genebra, a agência pediu que os países mantenham as fronteiras abertas tanto para os que fogem do seu país, como para os que possam precisar de proteção internacional.
Destino
O Acnur disse estar ciente de relatos da tentativa de regresso forçado de 111 nigerianos dos Camarões, a 5 de outubro. O país, que continua a ser destino de nigerianos, acolhe mais de 8 em cada dez refugiados.
O grupo foi expulso da vila de Amchide , no extremo norte dos Camarões, para o estado nigeriano de Adamawa. Durante o incidente, 15 pessoas foram mortas e outras sete ficaram feridas. Os restantes 89 retornaram imediatamente aos Camarões onde foram detidos.
Abrigo
Além dos Camarões, estima-se que, nos últimos meses, os cerca de 10 mil nigerianos também tenham seguido em busca de abrigo nos vizinhos Chade e Níger.
O conflito entre o exército nigeriano e insurgentes Boko Haram decorre nos estados nos estados de Adamawa , Borno e Yobe. Os confrontos levaram à deterioração das situações de segurança e humanitária com o decreto do estado de emergência nos locais em maio.
Proteção
O Acnur diz que decorre um trabalho entre a agência e o governo camaronês com vista a avaliar os necessitados de proteção internacional.
O acesso humanitário para os cerca de 5 mil deslocados internos é dificultado pelos ataques, revela o Acnur, que acredita que o número real de afetados pode ser ainda maior.
*Apresentação: Denise Costa.