Perspectiva Global Reportagens Humanas

ONU Mulheres faz campanha contra assédio em lugares públicos BR

ONU Mulheres faz campanha contra assédio em lugares públicos

Entidade lembra que problema persiste por muito tempo e acontece nas ruas, em transportes públicos e nas escolas; “Dia Laranja” promove discussões sobre o tema nas comunidades e nas redes sociais.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

A campanha UNite pelo Fim da Violência contra Mulheres está promovendo uma conscientização sobre o assédio sexual contra meninas e mulheres em lugares públicos.

A UNite é uma iniciativa do Secretário-Geral e da ONU Mulheres. Todo dia 25 de cada mês, a campanha organiza o “Dia Laranja”, com atividades em todo o mundo destacando a prevenção da violência de gênero.

Realidade Diária

Segundo a ONU Mulheres, neste mês de outubro, a campanha “foca em um problema que persiste há muito tempo” e que tem “poucas leis ou políticas” de combate.

A entidade destaca que o assédio em lugares públicos “é uma realidade diária de meninas e mulheres de todo o mundo”, que acontece nas ruas, nas escolas, em parques e em transportes públicos.

De São Paulo, a jornalista Juliana de Faria, que criou uma campanha no Brasil contra o assédio nas ruas, falou a Rádio ONU sobre a importância de não banalizar o assunto.

Constrangimento

“Não gosto que se transforme esse problema em algo tão banalizado que a gente veja como uma coisa simples, que faz parte da cultura. A gente tem que entender que é um problema. Queremos tentar pelo menos denunciar o assédio e dizer que nós, mulheres, já estamos cansadas disso. Queremos começar uma reflexão. As mulheres acabam sendo abordadas por homens, que falam para elas palavras de cunho sexual. E não é necessário nem que seja algo tão de baixo calão ou tão grosso. Ás vezes ouvir um ‘Oi, linda’, pode incomodar, pode constranger.”

Segundo Juliana, a campanha “Chega de Fiu Fiu” busca manter o debate sobre o assédio sexual, reforçando que “as mulheres têm o direito de andar na rua sem medo de serem intimidadas”.

A ONU Mulheres afirma que “o medo da violência reduz a liberdade de movimento e o acesso à educação, trabalho e lazer”. Segundo a entidade, o assédio em espaços públicos é muitas vezes negligenciado.

Por isso, está sendo encorajada a discussão sobre o tema em comunidades e nas redes sociais. No Twitter, a UNite promove nesta sexta-feira uma conversa sobre o tema e os usuários podem participar usando a hashtag #orangeday.