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Ministra diz que Moçambique está comprometido com justiça social

Ministra diz que Moçambique está comprometido com justiça social

No Comité de Direitos Humanos, Benvinda Levi destacou que erradicação da pobreza está entre principais objetivos do governo; titular da pasta da Justiça falou ainda sobre progressos para igualdade de género.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O Comité de Direitos Humanos da ONU concluiu, esta quarta-feira, as considerações sobre o relatório da implementação da Convenção Internacional sobre Direitos Civis e Políticos em Moçambique.

O documento foi apresentado, em Genebra, pela ministra da Justiça. Maria Benvinda Levi afirmou que o governo “está amplamente comprometido com a justiça social.”

Prisões

A ministra destacou a criação da Comissão de Direitos Humanos de Moçambique, e falou da expectativa de aprovação do Plano Nacional de Ação para Direitos Humanos.

Segundo Levi, a erradicação da pobreza está entre os principais objetivos do governo, bem como a reforma do sistema penitenciário e a garantia de direitos para todos os presos.

A ministra da Justiça afirmou ainda que o país “tem feito progressos sólidos em relação ao estatuto da mulher”, e que estas compõem “quase 40% dos membros do Parlamento e 30% dos ministros do governo”.

Direitos Civis

As observações de Levi foram feitas na resposta a uma série de perguntas de especialistas do Comité de Direitos Humanos, em reação relatório apresentado pelo país.

A ministra afirmou que a saúde primária e a redução da alta taxa de mortalidade continuam a ser os principais pilares do sistema de saúde moçambicano.

Prisões

Os representantes questionaram a situação dos homossexuais do país, do trabalho infantil, dos abusos físicos e sexuais de crianças, de estupros durante o casamento, do tráfico humano e das condições nas prisões.

Em resposta, a delegação moçambicana confirmou que o tráfico de partes do corpo humano é um problema no país e é criminalizado. Sobre os direitos dos homossexuais, foi destacado que o governo não reconhece a Lambda, a única ONG do setor no país. Mas a representação disse não haver casos de violência contra a população homossexual.

Violência

A ministra admitiu que a superlotação nas prisões é um problema no país, mas afirmou que novos complexos penitenciários devem ficar prontos em dois anos.

Em relação à violência contra a mulher, a delegação de Moçambique disse que a implementação da lei sobre o assunto não é fácil, devido ao que considerou “problemas culturais”.

Segundo a representação, muitas mulheres são relutantes a levar os maridos para a justiça. Ao Comité de Direitos Humanos, foi explicado ser difícil fornecer o número de casos de estupros no casamento, já que a base de dados do país não faz distinção entre casos cometidos pelos parceiros das vítimas ou por outras pessoas.

Ao concluir a sua intervenção, a ministra da Justiça destacou que o diálogo com o Comité forneceu uma boa oportunidade para discutir conquistas, desafios e obstáculos no campo dos direitos humanos.

Benvinda Levi lembrou que “Moçambique é um país jovem, que conquistou a independência em 1975 e depois sofreu uma guerra civil até 1992.”

*Apresentação: Denise Costa.