ONU pede contenção de atos que possam ameaçar a paz em Moçambique
Porta-voz do Secretário-Geral diz que situação está a ser seguida com preocupação; elementos do maior partido da oposição atacaram uma esquadra da polícia após tomada da sua base.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
As Nações Unidas disseram que estão a seguir com preocupação os recentes desenvolvimentos em Moçambique.
Nesta terça-feira, elementos do partido Renamo, o maior da oposição, atacaram uma esquadra da polícia na vila de Maringué no centro do país. De acordo com agências noticiosas, não há relatos de vítimas.
O ato correu um dia depois da tomada da base de Satungira, onde o seu líder, Afonso Dhlakama se fixou há mais de um ano. Após a medida do governo, a Renamo anunciou a anulação do acordo de paz assinado com o governo em 1992.
Ameaça
Em resposta à questão de um jornalista, nesta terça-feira, em Nova Iorque, o porta-voz do Secretário Geral pediu contenção de quaisquer atos que possam ameaçar a paz e a estabilidade que prevalecem durante os últimos 21 anos.
Martin Nesirky disse que o apelo é que haja um completo envolvimento no diálogo inclusivo para resolver as diferenças, e assegurar o seguimento do país no rumo ao desenvolvimento, à democracia e ao crescimento para todos. Ele lembrou que o Secretário-Geral esteve recentemente em Moçambique, e que está a acompanhar de perto os desenvolvimentos.
Controlo de Situação
De acordo com agências noticiosas, o paradeiro de Dhlakama ainda é desconhecido. Um porta-voz do seu partido teria dito que este tinha “perdido o controlo da situação.”
Após o fim do conflito em 1992, a ONU apoiou a estabilização de Moçambique com uma operação de paz que vigorou até à realização das primeiras eleições multipartidárias em 1994.
Durante os mais de 16 anos da guerra civil entre o governo e os antigos rebeldes da Renamo estima-se que tenham morrido mais de um milhão de pessoas.