ONU desapontada com fracasso de negociações na RD Congo
Diálogo entre o governo e os rebeldes do M23 foi impulsionado pelo reforço militar considerado alarmante nos arredores de Goma; capital ugandesa acolheu quatro dias de conversações até esta segunda-feira.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo manifestou o seu desapontamento com o fracasso das negociações realizadas em Kampala, entre o governo e os rebeldes do grupo armado M23.
Até esta segunda-feira, as duas partes não conseguiram chegar a acordo para pôr termo à crise no leste do país, após quatro dias de diálogo na capital ugandesa.
Reforços
Falando ao Conselho de Segurança da capital etíope, Adis Abeba, a representante especial do Secretário-Geral para a região dos Grandes Lagos disse que as negociações foram aceleradas devido ao “reforço militar alarmante” em torno da capital do Kivu Norte, Goma.
Mary Robinson destacou que o tipo de movimentação também era observado em áreas controladas pelos rebeldes do M23. O grupo de elementos amotinados do exército tinha tomado a cidade em novembro.
Crise
Em declarações por videoconferência, de Kampala, o representante especial do Secretário-Geral na RD Congo revelou o teor das discussões na sessão do Conselho que debateu a crise congolesa.
Martin Kobler integrou o grupo de cinco observadores internacionais, liderado por Robinson.
O responsável disse que não podia esconder o seu desapontamento após o que chamou “quatro longos dias e noites de negociações até as primeiras horas da manhã desta segunda-feira.” Conforme referiu, não foi possível chegar a um acordo abrangente, apesar da pressão dos emissários.
Rebelião
No informe, o também chefe da Missão de Estabilização da ONU no país, Monusco, disse que o objetivo da ronda era concluir um acordo para acabar com a rebelião.
Por outro lado, o pacto deveria permitir a transformação do M23 num movimento dentro dos limites da Constituição e das leis nacionais.
Além de observadores da ONU, a última ronda de diálogo entre o M23 com a equipa governamental integrou enviados da União Africana, dos Estados Unidos e da União Europeia.