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Países em desenvolvimento com mais vítimas de desastres, diz estudo

Países em desenvolvimento com mais vítimas de desastres, diz estudo

Relatório ilustra impacto da falta de informação na condição das pessoas na preparação para enfrentar desastres; no ano passado número de mortes causadas por calamidades foi 90% mais baixo que a média da última década.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

A Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho afirmaram que um acesso maior à tecnologia e à informação podem salvar vidas em situações de emergência.

O relatório Desastres Mundiais 2013, divulgado esta quinta-feira, demonstra que a falta de acesso tem um grande impacto na condição das pessoas na preparação, sobrevivência ou recuperação de desastres.

Mortes

O documento aponta que, no ano passado, as mortes causadas por desastres foram 90% a menos do que a média da última década. O mesmo aconteceu em relação à quantidade de desastres ocorridos durante o ano.

Apesar da queda geral, as organizações apontam para um aumento do número de pessoas atingidas no caso específico dos países em desenvolvimento, que chega a 31,7 milhões.

Os custos para cobrir os prejuízos causados pelos desastres naturais ocuparam a quinta posição mais alta desde 2002.

Perda

Ao todo, foram registrados 552 desastres no ano passado a um custo de US$ 158 mil milhões. O mais caro foi o furacão Sandy, que causou uma perda de US$ 50 mil milhões.

O tufão Bopha, nas Filipinas, foi causou mais mortes: 1,901. No total, 6,3 milhões de pessoas sofreram algum problema com a tempestade no país.

Mas o relatório explica que milhares de vidas foram salvas porque 99% da população filipina tem acesso a um telefone celular e recebeu alertas e informações sobre como manter a segurança.

Ajuda

As cheias atingiram mais da metade das pessoas que sofreram devido aos desastres naturais. A China foi o país mais afetado em abril e junho de 2012.

No caso do Haiti, o sistema de comunicação denominado Tera, desenvolvido pela Federação Internacional da Cruz Vermelha e pela companhia Trilogy, permitiu que 3 milhões de pessoas recebessem alertas sobre furacões.

A Cruz Vermelha já levou o sistema para Serra Leoa e a meta é implementá-lo em 40 países. A entidade disse que não tem condições para fazer tudo sozinha, e que precisa da ajuda dos setores público e privado para atingir o objetivo.

*Apresentação: Eleutério Guevane.