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África: realçados efeitos promissores da iniciativa de alimentação escolar

África: realçados efeitos promissores da iniciativa de alimentação escolar

Moçambique é um dos cinco alvos da experiência de compra de produtos locais apoiada por agências da ONU; pioneiro na implementação, Brasil apoia a expansão do programa pelo continente africano.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O aumento da renda de agricultores locais é tido como um dos primeiros resultados da experiência do reforço de programas de alimentação de estudantes ligada à agricultura familiar, que foi adotada por países africanos.

O tema foi abordado na sessão do Comité de Segurança Alimentar da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO. O evento decorre, até esta sexta-feira, em Roma.

Alta Capacidade

O sul do Malaui, onde o programa está a ser testado, é assolado pela insegurança alimentar apesar da sua alta capacidade de produção agrícola considerada inexplorada.

A embaixadora do país junto à FAO, Brave Ndisale, destacou que  a iniciativa permitiu que fossem criadas cadeias de abastecimento, e que as condições de mercado passaram a ser previsíveis onde eram inexistentes.

O país defende que as economias locais passaram a ter uma base mais sólida, tendo realçado que entre os benefícios está a melhor capacidade de retenção dos alunos como consequência da alimentação escolar.

Benefícios

Na fase inicial, no ano passado, o Programa de Compra de Africanos para África, PAA, envolveu mais de 5 mil agricultores familiares e beneficiou cerca de 120 mil alunos.

À beira do fim da fase-piloto, o PAA aposta em aproveitar a experiência malauiana para ampliar e consolidar as suas atividades em países como Moçambique, Etiópia, Níger e Senegal. No ano passado, foram abrangidas 424 escolas.

Brasil

O conceito básico é o de adotar a experiência do Brasil, que associa gastos públicos em alimentos da agricultura familiar para a produção dos pequenos agricultores, em áreas onde as escolas estão localizadas.

Na iniciativa também participam o Programa Mundial de Alimentação, as autoridades brasileiras e o Departamento de Ajuda Internacional do Reino Unido, Dfid.