Ano de cooperação UE/Unesco beneficia património maliano e egípcio
Memorando de entendimento envolve € 30 milhões; durante os próximos 12 meses deve ser coberta formação de professores de países como Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Manuscritos originais de Timbuktu e peças do património do Egito serão protegidos com o reforço da cooperação entre a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, e a União Europeia.
O anúncio foi feito pela agência da ONU, no âmbito da celebração do primeiro ano da assinatura do memorando de entendimento com o bloco europeu, que envolve € 30 milhões.
Pilhagem
A Unesco estima que 300 mil manuscritos de Timbuktu foram destruídos, após a invasão e a ocupação do centro urbano histórico por rebeldes islamitas desde janeiro de 2012. Outras 4,2 mil peças do património da cidade maliana não podem ser recuperadas.
A preocupação da agência também foi manifestada em relação ao saque de milhares de objetos expostos no Egito, durante os tumultos do movimento popular que depôs o ex-presidente, Hosni Mubarak em 2011.
Educação
Os projetos da Unesco a serem financiados durante os próximos 12 meses, incluem iniciativas como a Força-Tarefa Internacional de Professores para a Educação para Todos.
Como parte da iniciativa, deve ser financiado o projeto Humana People to People, que formou mais de 23 mil docentes de países incluindo os lusófonos Angola e Guiné-Bissau. O arranque foi em Moçambique, em 2013.
Refugiados
A agência diz que as iniciativas incluem atividades como a educação e a formação profissional para jovens refugiados sírios na Jordânia, a construção de capacidade de resposta de emergência a tsunamis no Haiti.
Além da educação e cultura, as áreas a serem cobertas pelo acordo incluem ciência e tecnologia, água e oceanos, e liberdade de expressão.