FMI prevê crescimento de 3,6% para economia global no próximo ano
Relatório do Fundo Monetário Internacional sugere que performance será puxada pelos países desenvolvidos, emergentes estão mais fracos do que se esperava; Brasil deve crescer 2,5% este ano e em 2014.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O Fundo Monetário Internacional,FMI, anunciou nesta terça-feira que a economia global deve encerrar este ano com um crescimento de 2,9% e melhorar em 2014 chegando a 3,6%.
A estimativa é parte do Panorama Econômico Mundial, que reviu para baixo a média de crescimento para este ano, prevista inicialmente em 3,2%.
Desempenho
De acordo com o FMI, o crescimento será puxado pelas economias desenvolvidas. E os países emergentes terão um desempenho mais fraco do que o estimado em julho deste ano. A taxa de crescimento para o Brasil é de 2,5% a mesma de 2014.
Os economistas do Fundo afirmaram que a economia global continua em marcha lenta e os fatores do crescimento estão mudando. Uma das causas é o esfriamento natural que se seguiu à subida causada pelo estímulo aplicado após a recessão.
Alguns gargalos de infraestrutura, mercados de trabalho e investimentos também contribuíram para o desaquecimento de mercados emergentes.
Mudanças
O economista-chefe do Departamento de Pesquisas do FMI, Olivier Blanchard, disse que esta transição está levando a tensões, com os emergentes enfrentando o desafio de uma queda no crescimento e as mudanças nas condições financeiras globais.
A transição ocorre também num momento de transformações na política monetária dos Estados Unidos, que está levando a novos desafios e riscos. Um exemplo são as taxas de juros a longo prazo no país. Ainda que o Banco Central americano tenha decidido não diminuir o ritmo de suas compras de ativos, o fluxo de capitais de mercados emergentes tem baixado.
Mercado Imobiliário
A previsão para o crescimento da economia americana é de 1,5 % este ano e 2,5% em 2014. A recuperação do mercado imobiliário e a demanda do setor privado devem ajudar a performance do país. As projeções baseiam-se na aposta de que o atual fechamento de serviços do governo federal não deverá durar muito tempo.
Já na zona do euro, políticas econômicas levaram à redução dos maiores riscos e estabilizaram as condições financeiras da região. Mas o crescimento na periferia ainda está contido por gargalos no crédito.
Europa, Japão e China
A Europa deve sair da recessão com crescimento esperado de 1% no próximo ano.
O estímulo das autoridades japonesas e o novo pacote do país causou uma revitalização econômica inesperada, mas as altas nos impostos sobre o consumo devem baixar reduzir a expectativa de crescimento de 2% para 1,25% em 2014.
Na China, a estimativa é de uma leve desaceleração de 7,5% para 7,25%.
África Subasaariana e Oriente Médio
De uma maneira geral, o crescimento dos emergentes e das economias em desenvolvimento deve permanecer forte na casa dos 4,5% a 5% sendo puxado pelo forte consumo interno, recuperação das exportações e medidas de apoio fiscal.
O preço das commodities continuará incentivando o crescimento em vários países de renda baixa como as nações da África Subsaariana.
Já as economias do Oriente Médio e do norte da África, além de Afeganistão e Paquistão continuarão a sofrer com transições políticas e dificuldades econômicas.