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HIV/Sida: com embaixadores, Angola diz que “não se deve acomodar”

HIV/Sida: com embaixadores, Angola diz que “não se deve acomodar”

Ministro da Saúde falou da existência de zonas inexploradas, na cerimónia de apresentação de C4Pedro e Titica como novos embaixadores da Boa Vontade do Onusida.

Herculano Coroado, da Rádio ONU, em Luanda.

Angola diz que a taxa de seroprevalência não deve acomodar as autoridades do país, que antecipam o aumento dos centros de testagem voluntária. As declarações foram feitas na apresentação dos músicos C4Pedro e Titica como embaixadores da Boa Vontade do Onusida.

O país apresenta uma taxa de seroprevalência de 1,9%. Por outro lado, o Onusida diz que o número de novas infeções aumentou 47% entre 2011 e 2012.

Objetivo

Em entrevista à Rádio ONU, o ministro da Saúde de Angola, José Van Dúnem falou da importância de manter os níveis abaixo de 2%, a mais baixa da África Austral.

“Agora temos que ter a preocupação de fazer com que essa seroprevalência não cresça. E há zonas que ainda não foram suficientemente exploradas e podem condicionar este objetivo.”

Os novos centros também devem permitir o acesso ao corte de transmissão vertical do vírus e o alargamento do tratamento precoce para o controlo da doença.

Resultados

Como parte da estreita colaboração com os seus parceiros nacionais para minimizar os resultados da resposta à pandemia, o Onusida apresentou as duas figuras em Luanda, a capital angolana.

Como embaixadores nacionais da Boa Vontade, os dois músicos devem ajudar a consciencializar a população, principalmente os jovens sobre a prevenção e o tratamento do HIV/ Sida no país.

Na ocasião, C4Pedro afirmou que a música tem um papel social e comunicativo muito grande na sociedade angolana, especialmente entre os mais jovens em maior risco de contração do vírus da Sida.

“O músico tem um poder muito grande nesta sociedade, a forma como o músico fala, veste-se e se apresenta. Eu tenho muitos seguidores da minha imagem e muitos querem ser como o C4Pedro.”

Estigmatização

C4Pedro começou a sua carreira na Bélgica. A outra representante angolana da função é Titica, estrela pop de Angola. Como transgénero, Titica ela contou à Rádio ONU enfrentou o estigma e a descriminação.

“Anteriormente, eu ia para alguns sítios e as pessoas afastavam-se de mim. Hoje, em dia tudo mudou. As pessoas começaram a ser do mundo moderno e a ver que isto é uma opção de vida,” argumentou.

Celebridades

O diretor regional para África da Organização Mundial da Saúde, OMS, José Gomes Sambo, reafirmou o envolvimento da agência no esforço do Onusida. Ele fez menção ao impacto do envolvimento das duas celebridades nos esforços de combate à doença.

“É uma oportunidade para os representantes da nossa música. Através da música, através da canção, os artistas podem transmitir mensagens úteis à sociedade e, neste caso, foi muito feliz a ideia da Onusida de identificar artistas angolanos para veicularem a informação que é necessária para a prevenção da infeção pelo VIH e para que possamos reduzir o número de casos de infeção do VIH/Sida em Angola”, disse.

Além do combate à estigmatização, a campanha prevê zero infeções e novas mortes relacionadas com a SIDA pelo uso da música da popularidade das estrelas angolanas.