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OIM preocupada com situação de africanos tidos como ilegais na Tanzânia

OIM preocupada com situação de africanos tidos como ilegais na Tanzânia

Agência aponta 30 mil burundeses, 10 mil ugandeses e 5 mil ruandeses considerados imigrantes irregulares; disputa entre autoridades tanzanianas e ruandesas apontada como um dos motivos para a medida. 

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque. 

A Organização Internacional para Migrações, OIM, expressou preocupação com dezenas de milhares de repatriados da Tanzânia. Grande parte nasceu ou viveu durante anos no país, e está retida nas áreas da fronteira por não ter aonde ir.

A situação é vivida por cerca de 30 mil burundeses, 10 mil ugandeses e 5 mil ruandeses expulsos da Tanzânia por serem considerados imigrantes irregulares, anunciou a agência nesta terça-feira.

Cidadania

A decisão está relacionada com antigos campos de refugiados tanzanianos, que contam atualmente com um operacional que acolhe refugiados da RD Congo.

Aos burundeses, as autoridades da Tanzânia deram opção pela cidadania do país, tendo a OIM e o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, iniciado um processo de seleção dos que precisam de proteção internacional.

Subsistência

Desafios de acesso a saúde, água, saneamento e alimentos foram apontados pelos antigos refugiados no momento de regresso às comunidades de origem. As casas e meios de subsistência foram destruídos durante a guerra civil ou após cerca de 15 anos no país de acolhimento.

Com o financiamento da da Comissão Europeia a OIM disse que apoia a construção de 2 mil abrigos para albergar repatriados os mais vulneráveis.

Disputa 

Falando a jornalistas, em Genebra, o porta-voz da OIM apontou ainda para uma disputa entre autoridades da Tanzânia e do Ruanda, que teria provocado o ressurgimento de divergências ligadas aos refugiados.

Após as divergências, o governo tanzaniano teria dado ordens para que todos os irregulares deixassem o país, incluindo os ruandeses.