Insegurança alimentar afeta 75% de malianos no norte, alerta PMA
Necessidades de auxílio alimentar até o fim do próximo ano rondam os US$ 67 milhões; região foi a mais assolada pelo conflito entre forças governamentais e rebeldes islamitas no ano passado.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Programa Mundial da Alimentação, PMA, alertou, esta sexta-feira, para o facto de três em cada quatro malianos estarem afetados pela insegurança alimentar no norte do país.
A região foi a mais assolada pelo conflito que opôs forças governamentais e rebeldes islamitas desde janeiro de 2012. No princípio deste ano, as autoridades malianas pediram o apoio de forças francesas para a operação militar que resultou na recuperação das cidades do norte.
Necessidades
A agência da ONU refere que a região tem cerca de 1,3 milhão de pessoas a precisar de assistência alimentar, até o final do próximo ano. As necessidades estão orçadas em cerca de US$ 67 milhões.
O PMA aponta ainda a existência de dificuldades de acesso das agências humanitárias, especialmente para a região de Kidal. Em Gao, a desnutrição entre as crianças manteve o pico de 3,5%, com cerca de 22 mil crianças afetadas.
Acolhimento
Entretanto, a Organização Internacional para Migrações, OIM, anunciou que avalia as necessidades da população deslocada, dos retornados e das comunidades de acolhimento em 109 aldeias nortenhas.
O estudo visa identificar a população afetada, após a ocupação da área pelos grupos armados. A crise levou à deslocação de mais de 517 mil pessoas, incluindo 333 mil deslocados internos e mais de 175 mil refugiados.
*Apresentação: Denise Costa.