Unesco deplora ataque suicida em Património Mundial no Mali
Duas pessoas morreram e várias ficaram feridas numa mesquita Timbuktu no sábado; diretora da agência da ONU reforça compromisso em recuperar e proteger o património cultural do país.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, deplorou um ataque suicida ocorrido neste sábado numa mesquita da cidade maliana de Timbuktu. Pelo menos duas pessoas morreram e várias ficaram feridas na sequência do incidente.
A mesquita de Djingareyber é Património Mundial e ficou danificada no ataque que também causou danos em casas vizinhas. A ação teria como alvo funcionários militares das forças armadas malianas.
Terror
A diretora-geral da Unesco enviou solidariedade ao povo do Mali e à comunidade de Timbuktu. Para Irina Bokova, o ato foi um “atentado suicida que levou terror e violência ao ferir o coração dos malianos.”
Bokova destacou que a Unesco está “mais determinada do que nunca em reabilitar o património cultural do Mali e proteger os manuscritos centenários” de Timbuktu.
Conflitos
A mesquita de Djingareyber já tinha sido danificada durante os conflitos entre forças do governo e rebeldes tuaregues, que começaram no ano passado. Acredita-se que o local foi construído em 1327 e seja feito principalmente de palha, madeira e cal.
Em junho, a Unesco relatou que os danos ao Património de Timbuktu eram piores do que se pensava. Uma missão da agência da ONU visitou o local e descobriu que 14 mausoléus estavam totalmente destruídos.
Além disso, mais de 4,2 mil manuscritos estavam irrecuperáveis e outros 300 mil precisavam urgentemente de conservação.
No início do ano, especialistas de um fórum da ONU adotaram um plano de ação para reabilitar e proteger o património cultural do Mali. O custo estimado do projeto é de US$ 11 milhões.
*Apresentação: Denise Costa.