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Ban Ki-moon diz que veredito de Charles Taylor é um marco histórico

Ban Ki-moon diz que veredito de Charles Taylor é um marco histórico

Para o Secretário-Geral, confirmação de sentença ao antigo presidente assinala dia histórico e importante para o povo; presidente moçambicano reage e fala da intenção de países do continente de reavaliar cooperação com TPI.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Secretário-Geral da ONU congratulou os funcionários do Tribunal Especial para Serra Leoa pela confirmação, esta quinta-feira, do veredito do ex-presidente liberiano, Charles Taylor.

Ban Ki-moon disse que o dia é histórico e importante para o povo da Serra Leoa e para região. Em maio, órgão aplicou uma sentença de 50 anos de prisão ao antigo líder pelo seu papel no conflito civil iniciado em 1991 na Serra Leoa.

50 anos

Ban considera o desfecho “um marco significativo na justiça penal internacional.” Taylor recorreu ao veredicto para acusações de crimes de guerra que culminou com a pena. 

Durante um encontro com jornalistas, em Nova Iorque, a Rádio ONU pediu a reação do presidente de Moçambique, Armando Guebuza, ao caso Taylor.

Cooperação

“Há uma sentença de um tribunal, e é um tribunal.”

No evento, a Rádio ONU pediu a opinião de Armando Guebuza quanto à intenção manifestada recentemente por alguns países africanos de reavaliar cooperação com o Tribunal Penal Internacional, apoiado pela Nações Unidas.

Os países questionaram o orgão sobre a “habilidade dos líderes quenianos em cumprir as suas obrigações constitucionais” , devido ao julgamento do vice-presidente queniano, William Ruto, num processo sobre a violência pós-eleitoral de 2007.

O  chefe de Estado moçambicano disse que há um forte sentimento de que se julga somente estadistas do continente africano.

Caso Queniano

“Há um sentimento generalizado de que o TPI só julga africanos e, não nos parece que está a trabalhar de modo a encorajar que outras entidades de outros continentes também possam ser julgadas”, disse.

O TPI pediu a cooperação das nações do continente, após uma carta da União Africana a expressar “graves preocupações” com o julgamento de líderes quenianos.

Ruto é acusado de participação no planeamento dos atos de violência. Em novembro, o presidente do país, Uhuru Kenyatta  deve responder a acusações que incluem genocídio e crimes contra a humanidade.