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RD Congo aponta egoísmo de Estados como ameaça à agenda global

RD Congo aponta egoísmo de Estados como ameaça à agenda global

Presidente Joseph Kabila pede respeito aos princípios básicos das relações internacionais e lança críticas ao que chamou globalização motivada pelo lucro.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O presidente da República Democrática do Congo, RD Congo, criticou o que chamou “egoísmo de alguns Estados, uma potencial “ameaça à agenda de desenvolvimento sustentável durante as próximas décadas.”

No seu discurso na Assembleia Geral, Joseph Kabila destacou o que chamou falha de certos Estados no respeito aos princípios básicos das relações internacionais, “o egoísmo persistente e as convulsões da economia mundial.”

Consequências

Kabila apontou para consequências múltiplas, que variam de ataques à paz, investidas em conflitos mortíferos e o que chamou “globalização essencialmente alimentada pela busca desenfreada do lucro para o agravamento da pobreza.”

Ainda nesta quarta-feira, Kabila encontrou-se com o Secretário-Geral, Ban Ki-moon, com quem discutiu a situação na República Democrática do Congo e na região. Ambos abordaram também o estado das negociações de Kampala, sobre a estabilização do país onde operam vários grupos rebeldes.

Avanços

Joseph Kabila e Ban Ki-moon concordaram na necessidade de se promover o avanço por parte dos signatários do Quadro de Implementação da Paz, Segurança e Cooperação para a RD Congo e para a região dos Grandes Lagos.

O Secretário-Geral encorajou às autoridades congolesas a prosseguir com os seus esforços com vista a implementar os seus compromissos e a demonstrar liderança contínua no combate à violência sexual.

Conflito

A reunião decorreu no dia em que a Missão da ONU eno RD Congo, Monusco,  condenou veementemente ataques a escolas e hospitais pelas partes no conflito, em particular, pelo grupo armado denominado ADF.

Uma ação da missão realizada com as autoridades no território de Beni, no nordeste do país, registou ataques contra 11 escolas primárias e cinco centros de saúde em julho de 2013.

As incursões resultaram da destruição de móveis, hospitais e escolas além do saque de equipamento médico. Estima-se que mais de 7 mil crianças tenham ficado de fora da escola devido aos ataques, que privaram outros milhares de congoleses de acesso aos serviços de saúde.