Na ONU, África defende otimismo sem precedentes na RD Congo
Sede da organização acolheu encontro de líderes do continente sobre conflito no país; vice-presidente de Angola participou na minicimeira que destacou a situação do Quadro de Paz, Segurança e Cooperação no país e nos Grandes Lagos.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
África defende que momento de otimismo na busca da solução para o conflito da República Democrática do Congo, RD Congo, deve-se à mobilização regional.
Nesta segunda-feira, líderes do continente e da região dos Grandes Lagos reuniram-se numa minicimeira que destacou a situação do Quadro de Paz, Segurança e Cooperação. O documento, apoiado pela ONU, foi assinado em fevereiro deste ano na capital da Etiópia, Addis Abeba.
Terrorismo
O encontro, realizado nas vésperas do início dos debates da Assembleia Geral, em Nova Iorque, teve a participação de representantes regionais incluindo o vice-presidente angolano, Manuel Vicente.
O ataque terrorista deste sábado contra o centro comercial no Quénia foi referido no encontro, que reafirmou a necessidade de se impulsionar os esforços de luta contra o terrorismo.
Inovação
Em declarações à Rádio ONU, em Nova Iorque, o representante da União Africana nas Nações unidas, Téte António, também mencionou o incidente no Quénia e traçou um paralelo com as mortes na RD Congo.
O embaixador defende que a Brigada de Intervenção no país é uma inovação, mas exigiu maior atenção da Comunidade internacional.
Situação Séria
“A RD Congo está já numa situação que, sem exagerar, é de um genocídio lento do qual não se tem falado tanto. Há muitos mortos no país e, é preciso tomar a situação muito mais a sério. Claro que não são os mesmos atores que agiram, agora, no Quénia - os tais jihadistas ou atores recalcitrantes como chamam os especialistas da RD Congo são bem localizados, são forças negativas que têm estado a desestabilizar o país e, creio que é preciso atacá-las”, disse.
Para a implementação do acordo regional o Secretário-Geral destacou como primeira prioridade abordar as tensões na região Ban Ki-moon declarou-se encorajado pelos desenvolvimentos, incluindo a recente cimeira extraordinária, em Kampala, da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos.
Maior Atenção
Para Ban, a sua enviada especial para a região dos Grandes Lagos, Mary Robinson, e o representante especial na RD Congo, Martin Kobler, concentram a atenção na promoção da paz, segurança e cooperação.
O representante pede o seguimento do compromisso de Addis Abeba os esforços conjuntos, particularmente o trabalho do Comité de Apoio Técnico para produção dos padrões e indicadores de progresso.