Juízes do Tribunal Penal pedem aos EUA para prender presidente do Sudão
Omar al-Bashir é procurado por crimes de genocídio, de guerra e contra a Humanidade, mas nega as acusações; ele participaria de reunião na ONU, na próxima semana; tribunal emitiu mandados de prisão contra al-Bashir em 2009 e 2010.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O Tribunal Penal Internacional, TPI, pediu aos Estados Unidos que prendam o presidente do Sudão, Omar al-Bashir, e o entreguem à corte internacional para que seja julgado.
O pedido foi divulgado, nesta quarta-feira, na página do tribunal na internet. Al-Bashir é procurado por crimes de genocídio, de guerra e contra a Humanidade, mas nega as acusações.
Assembleia Geral
Segundo agências de notícias, o presidente do Sudão participaria dos debates da Assembleia Geral, na sede da ONU, marcados para começar na próxima terça-feira.
Os mandados de prisão contra al-Bashir foram emitidos em 2009 e 2010, mas até a presente data, ele não foi capturado.
No comunicado, a Segunda Câmara de Pré-Julgamentos do TPI informou à promotora-chefe do Tribunal sobre a possível viagem do presidente sudanês aos Estados Unidos.
Solo Americano
O TPI quer que al-Bashir seja preso assim que aterrissar em solo americano.
A Câmara ainda lembrou às autoridades dos Estados Unidos sobre duas ordens de prisão em aberto emitidas em 2009 e 2010.
No mesmo ano, a corte internacional enviou as solicitações aos membros do Conselho de Segurança que não fazem parte do Estatuto de Roma, que iniciou o TPI, o que é o caso dos Estados Unidos.
Darfur
Pelo regulamento do órgão, os países que são signatários do TPI têm a obrigação de cooperar na prisão e na entrega do suspeito.
Ainda pelo regulamento, países que não participam do Tribunal Penal podem decidir colaborar com o órgão de forma adicional.
As acusações contra Omar al-Bashir são relacionadas à situação da violência em Darfur, a província sudanesa que vive um conflito armado desde 2003 entre forças do país, rebeldes e milícias simpatizantes do governo do Sudão.
As Nações Unidas estimam que o conflito em Darfur já matou 300 mil pessoas.