Acordo de nações africanas para gerir maior aquífero fóssil mundial
Pacto assinado, esta terça-feira em Viena, visa o uso equitativo do Sistema Aquífero do Arenito Núbio pelos vizinhos Chade, Egito, Líbia e Sudão.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Quatro países africanos assinaram, esta terça-feira, um plano conjunto para o uso da maior reserva de água subterrânea do mundo além da gestão melhorada dos seus recursos hídricos.
O pacto, apoiado pelas Nações Unidas, envolve o uso equitativo do Sistema Aquífero do Arenito Núbio pelos signatários Chade, Egito, Líbia e Sudão.
Coordenação
Assinado em Viena, o Programa de Ações Estratégicas obriga os envolvidos a reforçar e a aproveitar um mecanismo de coordenação regional já existente e prevê a criação de uma nova Autoridade Conjunta.
A Agência Internacional de Energia Atómica, Aiea, defende que a captação de água ameaça a sua qualidade se não houver uma compreensão clara das implicações transfronteiriças.
Os outros fatores negativos para os países atravessados pelo maior aquífero mundial de água fóssil são os potenciais prejuízos à biodiversidade e degradação acelerada da Terra.
Reserva
A agência contribui parcialmente para o projeto através do emprego de técnicas de hidrologia isotópicas para monitorizar a quantidade e a qualidade das águas subterrâneas e o seu movimento no subsolo.
O acordo estabelece as bases para melhorar a cooperação entre as quatro nações áridas e gerir a capacidade de monitorizar e gerenciar a reserva de forma efetiva.
Populações
A Aiea revela que com o crescimento das populações e a diminuição da disponibilidade de água de outras fontes na região, o aquífero está sob crescente pressão. A agência chamou a atenção para o facto de o recurso da reserva ser antigo e não-renovável.
O programa resultou de um projeto conjunto de cooperação técnica. Os envolvidos são o Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, o Fundo Mundial para o Meio Ambiente, GEF, e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, Unesco.
Ecossistemas
O Pnud refere que o acordo é um marco para a gestão cooperativa das águas subterrâneas partilhadas, e que deve ajudar a garantir que se mantenha a sobrevivência dos ecossistemas dependentes do aquífero.
O projeto conjunto de cooperação, iniciado em 2006, visa ajudar as nações envolvidas na otimização da utilização do aquífero ao satisfazer as necessidades humanas, evitar conflitos transfronteiriços e proteger os ecossistemas dependentes do aquífero.
*Apresentação: Denise Costa.