Ban: armas químicas na Síria são apenas a “ponta do iceberg”
Secretário-Geral diz que situação no país são o maior desafio à paz e seguranças mundiais; ele concedeu entrevista a jornalistas na sede da ONU.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que a Síria representa atualmente o maior desafio à paz e à segurança do mundo, além de ter se tornado também um desafio humanitário.
Ban fez a declaração, nesta terça-feira, na entrevista a correspondentes na sede das Nações Unidas. Ele disse ainda que este é um momento fundamental para a cooperação global.
Ponta do Iceberg
Segundo o chefe da ONU, “o uso de armas químicas na Síria é apenas a ponta do iceberg”. Ele declarou que o sofrimento no país tem que acabar.
Ban afirmou que na semana que vem, fará um pedido para ação imediata no país aos presidentes e chefes de Estado que estiverem em Nova York participando da abertura da 68ª sessão da Assembleia Geral.
Encontros
Ele disse que vai se reunir com o máximo de líderes mundiais que puder durante o período da Assembleia Geral. A expectativa é de que, pelo menos 131 Chefes de Estado participem das reuniões.
Na terça-feira que vem, a presidente brasileira, Dilma Rousseff, será a primeira chefe de Estado e governo a discursar.
Acordo
Respondendo aos jornalistas, Ban disse que foi encorajador o acordo fechado entre os Estados Unidos e a Rússia sobre as armas químicas da Síria.
Ele espera que esse espírito amigável de negociações ajude a criar uma união no Conselho de Segurança para a adoção de uma resolução que realmente possa fazer cumprir o que ficou determinado.
Ban disse que não há tempo há perder e que, infelizmente, a comunidade internacional não teve condições de ajudar o povo sírio a desfrutar de liberdade e paz nos últimos 2,5 anos.
Destruição
Sobre a destruição das armas químicas sírias, Ban disse que o processo poderá ser feito mesmo se não houver um cessar-fogo geral.
O chefe da ONU deixou claro que a comunidade internacional está firme na posição de que os responsáveis pelo uso das armas químicas devem ser levados à justiça.
Na sua opinião, não pode haver impunidade.
Conselho de Segurança
O Secretário-Geral falou também que a reforma do Conselho de Segurança é um dos assuntos mais sérios e uma das principais prioridades e aspirações de vários Estados-membros.
Ban afirmou que quase todos os países concordam e há um consenso de que o Conselho seja reformulado de uma forma mais representativa e democrática.
Ele disse que apesar do entendimento sobre uma reforma, as nações ainda não conseguiram concordar sobre como isto deve ser feito.