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Em Moçambique, Thabo Mbeki discute fluxos financeiros ilícitos

Em Moçambique, Thabo Mbeki discute fluxos financeiros ilícitos

Antigo líder sul-africano aborda assunto com o presidente e vários representantes da sociedade moçambicana; custo dos movimentos ilegais com origem no continente situa-se em cerca de US$ 50 mil milhões anuais.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O antigo presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, vai a Moçambique para abordar os efeitos de fluxos financeiros ilícitos com origem em África.

Além de reunir-se com o presidente moçambicano, Armando Guebuza, Mbeki deve auscultar vários representantes da sociedade nesta quinta e sexta-feira.

Pobreza

Os contactos marcam a continuidade de consultas feitas em países como Quénia, Tunísia, Libéria, Nigéria, Zâmbia e República Democrática do Congo.

De acordo com a Comissão Económica da ONU para África, ECA, o tema dos encontros, na capital moçambicana, Maputo, será a melhoria do diálogo e do discurso político sobre o assunto.

Os custos dos movimentos ilegais a partir de África são estimados em cerca de US$ 50 mil milhões anuais. Entre os efeitos estão a drenagem de reservas cambiais, a redução da arrecadação de impostos, o cancelamento de fluxos de investimento e o agravamento da pobreza.

Desenvolvimento

Mbeki lidera o painel de Alto Nível sobre os fluxos financeiros ilícitos provenientes da África, que integra outras nove personalidades. O grupo foi instituído no ano passado pela ECA e pela União Africana.

Os fluxos financeiros ilícitos incluem as transações comerciais ilegais e atividades criminosas sobre preços, a evasão fiscal e falsas declarações facilitados por cerca de 60 paraísos fiscais. 

As saídas também atentam contra o Estado de Direito, reprimem o comércio e agravam as condições macroeconómicas, aponta a ECA.

A Comissão da ONU cita estudos preliminares segundo os quais medidas imediatas para reduzir fluxos financeiros ilícitos provenientes da África, podem proporcionar uma importante fonte de recursos para programas de desenvolvimento no continente num futuro próximo.

*Apresentação: Denise Costa.