Comissária para os Direitos Humanos da ONU encerra visita ao Afeganistão
Navi Pillay disse que o país está passando por uma junção crítica com uma transição política, econômica e de segurança em andamento; ela citou avanços dos direitos humanos nos últimos 12 anos mas alertou que eles são frágeis.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse esta terça-feira que o Afeganistão conquistou vários avanços no setor nos últimos 12 anos.
A declaração de Pillay foi feita no encerramento de sua visita ao país. Ela afirmou, no entanto, que essas conquistas no campo dos direitos humanos são frágeis.
Situação
A alta comissária declarou que muitos afegãos estão expressando temores de que a situação dos direitos humanos esteja piorando em várias frentes.
Pillay disse que tem três metas importantes no país. A primeira é a de garantir que estes ganhos sejam consolidados em vez de menosprezados.
Mulheres
Ela citou também a violência contra mulheres.
A alta comissária classificou como um marco a adoção da lei da eliminação da violência contra a mulher. Apesar do avanço, Pillay disse que a implementação da legislação tem sido lenta, principalmente em áreas rurais.
Segundo ela, a polícia demonstra relutância em aplicar a lei e os promotores e os tribunais também estão demorando para aplicar as proteções contidas na legislação.
Esforço
Pillay disse ainda que a violência contra as mulheres continua endêmica no país. Ela avisou que já pediu as autoridades para que façam o máximo para acelerar a implementação da lei.
A terceira meta da alta comissária é sobre o futuro da Comissão Independente dos Direitos Humanos do Afeganistão.
Pillay pediu um esfoço extra do presidente e do governo para assegurar que os avanços dos direitos humanos obtidos na última década não sejam sacrificados por conveniência política nesses próximos meses antes das eleições.