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Sede da ONU abriga exibição com obras de artesãs brasileiras BR

Sede da ONU abriga exibição com obras de artesãs brasileiras

Projeto inclui trabalhos de 15 mulheres de vários estados do país; iniciativa está sendo apoiada pelo Sebrae e traz documentário com histórias das artesãs e como o ofício delas ajudou a melhorar as condições de vida em suas respectivas comunidades.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A sede das Nações Unidas, em Nova York, abriu suas portas para uma exibição de artesanato brasileiro feito por 15 mulheres de várias estados do país.

O projeto, batizado de “Mulheres Artesãs Brasileiras” conta com um guia bilíngue e um documentário sobre a história das artesãs, e como elas conseguiram melhorar as condições de vida de suas comunidades.

Redes

A exibição também homenageou as 15 artesãs, como conta Maria Miguel de Oliveira, a Rosinha, do Ceará. Segundo ela, a produção de redes gerou um comércio local com dignidade para ela e os demais artesãos.

“Foi com o trabalho da rede que erradicamos mortalidade infantil, anafalbetismo, pobreza na nossa comunidade. Hoje, todas as famílias têm vida digna. Nós iniciamos, e  mais duas irmãs com deficiência física, na década de 80, quando o Sebrae fez um diagnóstico do meu município, que é Várzea Alegre. Eles nos encontraram produzindo este trabalho, debaixo de uma árvore.”

A coordenadora do Projeto Mulheres Artesãs afirmou que o artesanato ajuda as mulheres a unir suas famílias.

Família

“São mulheres que têm uma preocupação com a questão ambiental. A Monica, trabalha com diversidade, dona Rosinha trabalha com a questão da educação na sua comunidade. No Brasil, as mulheres têm orgulho de fazer o artesanato e de mudar a história de suas comuniddes com o artesanato. Elas têm orgulho de ter o seu próprio dinheiro e cuidarem da sua vida, e têm o orgulho de agregar a família.”

O projeto Mulheres Artesãs está sendo patrocinado pelo Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas, Sebrae. O artesanato do país tem uma loja de representação e

Mulheres Artesãs Brasileiras distribuição em Nova York.

Biodiversidade

Tania Machado disse que os compradores americanos fazem encomendas em média de US$ 10 mil, equivalentes a mais de R$ 20 mil. Eles costumam voltar para comprar mais.

A artesã carioca, Monica Carvalho, que trabalha com peças para promoção da biodiversidade, vende para os Estados Unidos e para a Grã-Bretanha. Nesta entrevista à Rádio ONU, ela conta que aprendeu a negociar com o passar dos anos.

“O principal é você saber quanto que aquilo custou pra você. Uma coisa que a gente fala muito é sobre o que custou. E eu estabeleço aquele preço. Em cima daquilo, eu posso começar a negociar. Mas ele tem o preço mínimo de negociação.”

Para Monica Carvalho, o artesanato não pode ser medido como um outro produto qualquer por envolver arte e tempo.

“Existe um tempo, uma dedicação e um esmero de nós artesãos, que somos completamente obsessivas. Eu acho que um bom artesão é tudo obsessivo.”

A exibição Mulheres Artesãs Brasileiras foi inagurada no último dia 9 e deve ficar em cartaz até o dia 25.