Delegação da ONU visita campo no Iraque, após relatos de massacre

Equipe da Unami confirma 52 mortos no acampamento de Ahsraf, vários com as mãos atadas e marcas de bala na cabeça; ainda não se sabe de quem foi a autoria do ataque, ocorrido no domingo.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Uma delegação liderada pelo vice-representante das Nações Unidas no Iraque, Gyorgy Busztin, visitou o acampamento de Ashraf, ao norte de Bagdá, após relatos de um massacre no local.

Segundo a Missão da ONU no país, Unami, a visita ocorreu 24 horas depois do incidente, no domingo. A equipe conversou com moradores do campo, que serve de residência para exilados iranianos.

Mortos e Desaparecidos

Em Ashraf, a delegação testemunhou 52 corpos num necrotério improvisado. Todos aparentavam terem sido mortos a tiros, a maioria na cabeça e no tronco, e muitos estavam com as mãos atadas.

A equipe da ONU também viu vários prédios danificados, incluindo um incendiado, além de explosivos no local. Os moradores do acampamento informaram que sete pessoas continuam desaparecidas.

Após uma mediação da Unami, os residentes concordaram que os corpos fossem transportados por ambulâncias do governo iraquiano até o necrotério de Baquba.

Investigação

Segundo agências de notícias, ainda não se sabe de quem foi a autoria do ataque.

Reforçando a condenação feita no fim de semana, o enviado da ONU expressou “indignação com o assassinato brutal” dos residentes de Ashraf. Gyorgy Busztin pede ao governo do Iraque a garantia de uma investigação “imparcial e transparente desse crime atroz”, segundo ele.

Busztin defende ainda que os resultados sejam rápidos e sejam divulgados ao público. Em uma nota, o governo iraquiano anunciou que iniciou sua própria investigação sobre os “trágicos eventos” de domingo.

O representante da ONU no Iraque afirmou ainda ser preciso tomar todas as medidas necessárias para proteger os moradores de Ashraf, até que eles sejam realocados com segurança.