Menina nas Maldivas escapa de chibatadas por sexo fora do casamento

Alto Comissariado de Direitos Humanos elogiou a decisão sobre o caso da adolescente de 15 anos; defensores da menor dizem que ela foi vítima de abuso sexual; punição incluía pelo menos 100 chibatadas, segundo agências de notícias.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos elogiou a decisão de autoridades nas Maldivas de anularem a punição, por chibatadas, contra uma menina de 15 anos.

Segundo agências de notícias, a menina foi condenada a pelo menos 100 chibatadas por manter relações sexuais fora do casamento.

Convenção

Em comunicado, o porta-voz do Alto Comissariado da ONU, Rupert Colville, contou que a adolescente foi vítima de abuso sexual, por vários anos, dentro da própria família.

Colville disse ainda que uma sentença a chibatadas, independentemente do delito cometido, jamais deveria ter sido autorizada por violar os compromissos das Ilhas Maldivas com a Convenção da ONU contra Tortura.

Ele pediu ao povo do país que aproveite a oportunidade para exigir mais mudanças no sistema de proteção às vítimas de violência e abusos sexuais, especialmente as crianças.

Proteção

De acordo com o Alto Comissariado da ONU, o presidente do país concordou em estabelecer uma comissão de alto nível para revisar as condições sobre a proteção de menores nas Maldivas.

Ao ser perguntado por jornalistas, o porta-voz informou ter recebido relatos de que os responsáveis por molestar a menina teriam sido condenados à prisão.

Segundo agências de notícias, a menina de 15 anos, teria sido presa em junho após ter sido acusada de sexo fora do casamento, e logo depois condenada a pelo menos 100 chibatadas pelo delito.