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Relator da ONU quer que EUA suspenda uso prolongado de solitárias BR

Relator da ONU quer que EUA suspenda uso prolongado de solitárias

Juan E. Méndez abordou situação de 200 presos na Califórnia que estão fazendo greve de fome há cinco semanas.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Um relator das Nações Unidas disse que os Estados Unidos devem abolir o uso prolongado de prisões solitárias. O apelo foi feito nesta sexta-feira. Há cinco semanas consecutivas, uma greve de fome de prisioneiros está ocorrendo em centros de detenção da Califórnia.

Medidas Concretas 

Juan E. Méndez relator sobre tortura disse que “até mesmo nos casos em que as solitárias são aplicadas em curto espaço de tempo, esse tipo de prisão pode causar problemas mentais e físicos.”

O relator afirmou que além disso, os prisioneiros ficam submetidos à humilhação e tratamento cruel e degradante.

Em comunicado, Méndez contou que cerca de 80 mil presos nos Estados Unidos estão sendo mantidos em celas solitárias. Deste total, 12 mil são do estado da Califórnia.

Ele pediu ao governo americano que adote medidas concretas para eliminar o uso deste tipo de detenção.

Corredor da Morte 

O relator da ONU destacou o caso de jovens e pessoas com problemas psicossociais e deficiências, assim como grávidas e mulheres que estão amamentando. Ele lembrou ainda de presos que estão à espera da pena capital, no chamado corredor da morte.

Desde 8 de julho, milhares de prisioneiros em nove cadeias diferentes estão em greve de fome para protestar contra as condições carcerárias.

A média de prisão em solitárias nos Estados Unidos é de 7,5 anos, mas no caso dos detidos no centro de segurança máxima Pelican Bay, este tempo ultrapassa uma década.

Os presos estariam sem luz natural e ventilação, e passam de 22 a 23 horas dentro da cela com apenas uma hora de exercício físico.