Comissão de inquérito para Coreia do Norte chega ao Japão nesta terça-feira
Grupo, que examina situação dos direitos humanos, terá audiências com japoneses sequestrados por cidadãos norte-coreanos.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
A Comissão de Inquérito das Nações Unidas que analisa a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte está a caminho do Japão. O grupo deverá manter audiências sobre japoneses que foram sequestrados por cidadãos norte-coreanos.
A Comissão iniciou seus trabalhos na Coreia do Sul, e está sendo esperada no Japão para esta terça-feira.
Pedido
Durante a visita à capital sul-coreana, o grupo apurou as condições em campos de prisioneiros, relatos de perseguição religiosa e tortura, discriminação e o direito ao alimento com base em testemunhos de pessoas sobre os direitos humanos na Coreia do Norte.
Várias testemunhas ouvidas pela Comissão acabaram de chegar à Coreia do Sul após conseguirem fugir do território norte-coreano.
O presidente do grupo, Michael Kirby, disse que as audiências em Seul tiveram como objetivo aumentar a consciência pública sobre a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte. O governo de Pyongyang ainda não respondeu ao pedido da Comissão para participar das audiências.
Supostos Agentes
Ao lado da União Europeia, o Japão ajudou a patrocinar a resolução da ONU sobre o tema, em março passado. O documento deu origem ao estabelecimento da Comissão.
Kirby lembrou que o grupo é independente e imparcial e que está conduzindo as audiências desta forma.
A Comissão deverá passar toda a semana em Tóquio para colher os depoimentos, que deverão ocorrer na sede da Universidade da ONU na capital japonesa.
Muitas famílias no país querem saber o destino de seus parentes sequestrados na Coreia do Norte. O tema continua sendo motivo de tensão entre os dois países. Os sequestros ocorreram em meados da década de 70 e no início dos anos 80, quando um grupo de pelo menos 17 japoneses foram levados por supostos agentes norte-coreanos.
A Comissão de inquérito sobre a Coreia do Norte deve preparar um relatório verbal para o Conselho de Direitos Humanos, no próximo mês.