Somália: Ocha diz que violência sexual envolve homens de farda militar
Escritório das Nações Unidas afirma que indivíduos responsáveis ainda não foram identificados; Mogadíscio registou 800 casos de ataques do tipo no primeiro semestre deste ano.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Escritório da ONU para Assistência Humanitária, Ocha, anunciou que está a conceder apoio na saúde e na subsistência a meninas e mulheres vítimas de violência sexual e baseada no género na Somália.
Em nota, publicada esta sexta-feira, em Genebra, agência destaca que os atos são frequentemente perpetrados por indivíduos de sexo masculino e homens armados desconhecidos vestidos com uniforme militar.
Práticas Tradicionais
Somente no primeiro semestre deste ano, foram registados 800 casos de ataques relacionados à violência sexual e baseada no género na capital, Mogadíscio.
Outras formas de agressão perpetradas contra mulheres somalis incluem a violência doméstica, as práticas tradicionais nocivas como a mutilação genital feminina além do casamento precoce ou forçado.
Pobreza
O Ocha refere que o apoio à subsistência reforça a assistência imediata na saúde para as meninas e mulheres atacadas. A pobreza é apontada como fator principal para a sua vulnerabilidade.
De acordo com o Ocha as vítimas estão mais expostas ao risco de atacantes no momento de recolha da lenha. O facto levou à distribuição de fogões eficientes em termos de combustível como parte da assistência.
Crianças
Cerca de um terço das vítimas de violência sexual na Somália são crianças, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.
A agência indica que, somente no ano passado, apoiou mais de 2,2 mil vítimas de violência baseada no género, no sul e no centro do país do Corno de África.
*Apresentação: Denise Costa.