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Egito: chefe dos Direitos Humanos da ONU quer investigação da violência

Egito: chefe dos Direitos Humanos da ONU quer investigação da violência

Alta comissária fala sobre diferença nos registos sobre o número de mortos nos confrontos de quarta-feira; autoridades afirmam terem sido 500 contra os mais de 2 mil anunciados pela Irmandade Muçulmana.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova Iorque.*   

Um pedido de “investigação independente e imparcial” sobre a conduta das forças de segurança no Egito foi feito, esta quinta-feira, pela alta comissária da ONU para os Direitos Humanos.

Navi Pillay afirma que os que forem considerados culpados de algum crime devem ser responsabilizados, na sequência da violência que deixou centenas de mortos e feridos, esta quarta-feira, no Cairo.

Apoiantes

Agências noticiosas anunciaram que a ação foi culminar da intervenção dos serviços de segurança para retirar apoiantes do líder deposto, Mohamed Mursi, de dois acampamentos montados na capital do país.

Um apelo foi lançado a todas as partes para que dêem um passo à retaguarda, ao ser deplorada a perda de vidas.

Mortos

Às autoridades e forças de segurança egípcias foi feito um pedido de contenção, na nota que destaca a diferença nos registos sobre o número de vítimas mortais.

O comunicado cita os dados do governo egípcio apontando para 500 mortos nos confrontos desta quarta-feira, enquanto a Irmandade Muçulmana defende que o número ultrapassa os 2 mil.

Força Excessiva

Para  Pillay, mesmo pelos cálculos do governo, o número de mortos e feridos indica o uso de força excessiva e extrema contra os manifestantes.

A representante realça que os serviços de segurança são obrigados a obedecer o Estado de Direito, além de respeitar os Direitos Humanos, incluindo os de livre expressão e de reunião pacífica. 

Responsáveis

Os ataques levados a cabo por opositores do governo contra edifícios públicos e locais religiosos foram considerados preocupantes. Segundo a alta comissária, os responsáveis dos atos também devem ser levados à justiça.

Pillay defende que os eventos desta quarta-feira demonstram como a polarização de ideias no Egito se tornou perigosa.

Direito Internacional

A propósito da decretação do Estado de Emergência no país, Pillay afirmou que a medida deve ser implementada em conformidade com as obrigações do Egito de acordo com o Direito Internacional.

Navi Pillay fez eco ao apelo do Secretário-Geral da ONU, que defendeu que a violência e o incitamento não são as respostas para os desafios do Egito, ao pedir o diálogo urgente entre as partes.

*Apresentação: Eleutério Guevane.