Ilegalidade e insegurança preocupam na República Centro-Africana
Acnur aponta perigo para intervenção humanitária após ataque contra dois funcionários; Unicef com planos de reabrir 26 clínicas para atender 325 mil pessoas.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
A segurança dos trabalhadores humanitários continua a ser um grande problema na capital da República Centro-Africana Bangui, referiu o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur.
A agência informou, esta terça-feira, que dois funcionários das Nações Unidas foram atacados e feridos por integrantes do grupo rebelde Seleka.
O Acnur manifestou-se preocupado com a situação, principalmente com os relatos de insegurança e de ilegalidades em várias regiões, tendo alertado que 63 mil pessoas fugiram desde o início da crise política no país, em dezembro.
Deslocados
A maioria partiu para a vizinha República Democrática do Congo e os restantes para o Chade. O número de deslocados internos chega a 206 mil.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, informou que a insegurança impede a distribuição de grande parte dos suprimentos humanitários.
Mesmo com as dificuldades, a agência anunciou a reabertura de 19 instalações de saúde nas duas das áreas mais atingidas pela crise, para cobrir cerca de 166 mil pessoas. Nos próximos dias, mais 26 clínicas devem estar disponíveis para atender 325 mil pessoas.
Saneamento
Por outro lado, o Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, alertou para a falta de verbas para cobrir as operações no país. Vários projetos foram interrompidos, principalmente para o fornecimento de água, saneamento básico e higiene.
A agência recebeu 32% dos US$ 195 milhões solicitados para que as operações sejam levadas a cabo.
Já o Unicef disse ter recebido US$ 9 milhões dos US$ 32 milhões orçados para cobrir as operações humanitárias no país africano.
*Apresentação: Eleutério Guevane.