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Aumenta crise humanitária na República Centro-Africana BR

Aumenta crise humanitária na República Centro-Africana

Acnur alerta que mais de 60 mil pessoas fugiram do país e mais de 200 mil estão deslocadas; Ocha recebeu apenas 30% dos fundos necessários para cobrir operações; Unicef leva remédios para regiões mais atingidas.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, alertou que 63 mil pessoas fugiram da República Centro-Africana desde o início da crise política no país, em dezembro do ano passado.

Segundo a agência da ONU, a maioria foi para a República Democrática do Congo e o restante para o Chade, dois países vizinhos. O número de deslocados internos chega a 206 mil.

Insegurança

O Acnur continua preocupado com a situação, principalmente com os relatos de insegurança e a falta de lei em várias regiões. Em Bangui, a capital, a segurança dos trabalhadores humanitários continua sendo um grande problema.

Dois funcionários das Nações Unidas foram atacados e feridos por integrantes do grupo rebelde Seleka.

Alerta

O Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, fez um alerta sobre a falta de dinheiro para cobrir as operações no país.

Dos US$ 195 milhões pedidos, aproximadamente R$ 400 milhões, a agência só recebeu 32% desse montante. Por causa disso, vários projetos estão parados, principalmente nos setores de fornecimento de água, saneamento básico e higiene.

Clínicas de Saúde

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, informou que a insegurança está impedindo a entrega de boa parte dos suprimentos humanitários na República Centro-Africana.

Apesar das dificuldades, o Unicef conseguiu reabrir 19 clínicas de saúde em duas das áreas mais atingidas pela crise cobrindo uma população de 166 mil pessoas. 

A porta-voz da agência, Marixie Mercado disse que o objetivo é reabrir mais 26 clínicas para atender 325 mil pessoas nos próximos dias.

O Unicef está pedindo mais doações para cobrir as operações humanitárias no país. Dos US$ 32 milhões requisitados inicialmente, a agência recebeu apenas US$ 9 milhões.