Projeto comunitário leva fogões sustentáveis para refugiados no Uganda
Mais de 600 famílias do maior acampamento do país serão abrangidas pelo projeto que envolve briquetes feitos de lama, lixo orgânico e sobras da agricultura; mulheres podem levar até cinco horas em busca de lenha.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, anunciou o apoio a um projeto comunitário de fogões sustentáveis para beneficiar centenas de famílias refugiadas no Uganda.
A iniciativa envolve o ensino de técnicas de fabrico dos aparelhos, bem como de briquetes com base na lama, no lixo orgânico e em resíduos agrícolas. O objetivo é que estes sirvam de biocombustível para substituir a lenha e o carvão vegetal.
Longas Distâncias
A segurança das mulheres das áreas rurais ugandesas foi uma das preocupações que levaram à adoção da medida. Para recolher lenha para as famílias, estas percorrem distâncias que podem durar cerca de cinco horas em áreas perigosas, aponta o Acnur.
Até o final de 2013, o plano prevê envolver mais 600 famílias do acampamento de Nakivale, no sudeste. O maior assentamento de refugiados do Uganda acolhe milhares de cidadãos da vizinha República Democrática do Congo.
Custo
Atualmente, cerca de 1 mil pessoas, correspondentes a um terço dos beneficiários, são abrangidas pelo projeto que visa introduzir métodos de cozimento mais simples, baratos e “limpos.”
Estima-se que três quilos de briquetes possam satisfazer as necessidades de cozinha de uma família durante quatro dias, com um custo equivalente a 10 cêntimos do dólar.
A agência disse ter tomado nota da necessidade de esforços para aumentar a conscientização sobre os benefícios da solução alternativa, tanto para o meio ambiente como para as finanças familiares dos refugiados.