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Agências reagem a estudo sobre Síndrome Respiratória do Médio Oriente

Agências reagem a estudo sobre Síndrome Respiratória do Médio Oriente

OMS e FAO dizem que é cedo para tirar conclusões sobre eventual transmissão a humanos do novo coronavírus a partir de camelos; desde o ano passado foram confirmados 96 casos com 46 mortes.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Agências da ONU reagiram a um estudo que sugere que o vírus da Síndrome Respiratória do Médio Oriente ou “outro muito semelhante” teria infectado aos humanos a partir de populações de camelos.

A Organização Mundial de Saúde, OMS, e a Organização para Agricultura e Alimentação, FAO, consideraram prematuro concluir que o tipo de animais teria sido responsável pela transmissão. Desde que foi identificado, no ano passado, foram registados 96 casos confirmados e 46 mortos devido ao também conhecido como novo coronavírus.

Pesquisa

Considera-se que uma pesquisa feita a camelos dromedários “fornece algumas informações adicionais”, ao ter encontrado anticorpos do vírus. O trabalho foi realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Pública e Meio Ambiente da Holanda e publicado no boletim The Lancet.

Em resposta a uma questão de um jornalista, nesta sexta-feira, em Genebra, o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, disse que não houve deteção do próprio vírus nos camelos.

Semelhança

O representante disse que a descoberta de anticorpos indicava ter havido uma infecção anterior com este ou um vírus semelhante. Como disse, os animais foram infectados em certo momento, sendo necessário encontrar o proprio vírus para concluir que é o mesmo que o detectado nos humanos.

Em comunicado, a FAO aponta que as amostras foram recolhidas onde não houve registo de casos humanos, além de que os camelos testados foram isolados a partir de outros animais da mesma espécie por muitos anos.

Anticorpo

A OMS diz que os  resultados indicam que o anticorpo do vírus encontrado ou de um coronavírus similar “ocorre em alguns camelos e, potencialmente,  de outras espécies.”

No entanto, isolar o vírus nas diferentes espécies e compará-las geneticamente seria “a única maneira de saber com certeza se o vírus que afecta os seres humanos é o mesmo que o encontrado nos camelos.

Casos

A OMS defende que o próximo passo crítico para as investigações dos animais seria encontrar o próprio vírus num deles ou em populações de camelos, o que ainda não teria acontecido. 

A entidade chama a atenção para o facto de os resultados não fornecerem quaisquer ideias, por si só, sobre a forma como os seres humanos se tornaram infectados.

A maioria dos casos humanos relatados havia adquirido a infecção através do contacto com outros seres humanos infectados, explica a agência. De acordo com a OMS, mesmo nos casos esporádicos não houve relatos de contacto directo com camelos.