Ministros do Mercosul repudiam "espionagem" em reunião na ONU
Autoridades entregaram ao Secretário-Geral da ONU ação de repúdio contra os relatos de espionagem a países da região; documento cita também o embargo econômico contra Cuba e a situação da ilhas Falklands/Malvinas.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
Os ministros das Relações Exteriores do Mercosul se reuniram, esta segunda-feira, com o Secretário-Geral da ONU, em Nova York.
Eles entregaram a Ban Ki-moon uma ação de repúdio do bloco sul-americano aos relatos de "espionagem" a países da região.
Preocupação
O chanceler brasileiro, Antônio Patriota, disse, em entrevista aos jornalistas, que a reação do Secretário-Geral foi a de compartilhar a preocupação levada pelos ministros.
Segundo Patriota, o chefe da ONU lembrou as reações da alta comissária para os Direitos Humanos, Navi Pilay, que reconhece que estas práticas envolvem violação de instrumentos internacionais, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Ações
Sobre as ações a serem tomadas, o ministro disse que os países ainda estão analisando o assunto.
“Existem diferentes situações e modalidades de apresentação de iniciativas que ainda vão ser objetos de uma coordenação. Fazem parte do texto a ideia de que haja algum tipo de sanção, mas não especificado ainda. Isso é uma conversa que terá de ser desenvolvida em âmbito multilateral. É um debate que nos Estados Unidos mesmo está sendo travado de maneira muito intensa nesse momento e acho que é uma preocupação generalizada”.
Participaram do encontro, além do chanceler brasileiro, o ministro argentino das Relações Exteriores, Héctor Timerman, o chanceler do Uruguai, Luis Almagro e o ministro venezuelano, Elías Jaua. A Venezuela ocupa a presidência rotativa do Mercosul.
Sinal de Alerta
Patriota citou as palavras do ministro venezuelano para dizer que esta manifestação do Mercosul foi um sinal de alerta.
Para ele, esse sinal é importante para que se desenvolvam mecanismos de cooperação que evitem esses abusos.
O documento citou também várias outras situações de preocupação para os ministros. Entre elas, o embargo econômico contra Cuba, que já dura mais de 50 anos.
Soberania
Ainda na lista, a questão da soberania das ilhas Falklands/Malvinas e o incidente com o avião do presidente boliviano, Evo Morales, impedido de pousar em vários países europeus.
O encontro com Ban Ki-moon antecedeu uma sessão do Conselho de Segurança, que será realizada amanhã, sobre a cooperação das Nações Unidas com organizações regionais e subregionais.
A Argentina está presidindo os trabalhos do Conselho de Segurança neste mês de agosto.