ONU envia tropas de paz para áreas de combates no leste da RD Congo
Boinas-azuis foram despachados, nesta terça-feira para a região de Goma-Sake, na província de Kivu Norte; operação está sendo comandanda por general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz; mandato de militares é desarmar qualquer indivíduo que não pertença ao Exército congolês.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
A Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo, Monusco, enviou soldados de paz para a província de Kivu Norte, nesta terça-feira.
O objetivo é reforçar o apoio à área de segurança, que está sendo alvo de um fogo cruzado entre tropas do governo e rebeldes do M23. A decisão está sendo comandada pelo chefe da Monusco, o general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz.
Ameaça Iminente
Em comunicado, a Monusco informou que “qualquer indivíduo portando uma arma na capital de Kivu Norte, Goma, e subúrbios do norte, será encarado como uma ameaça iminente aos civis”, a não ser que o mesmo pertença às Forças Armadas Congolesas.
A ordem da Monusco vale para a zona de segurança que é fortemente habitada por mais de 1 milhão de civis. Além disso, ao redor das duas cidades existem acampamentos de deslocados internos incluindo o de Mugunga, que abriga 70 mil pessoas.
Desde meados de maio, os rebeldes do M23, que são soldados desertores, estão praticando ataques violentos na área, o objetivo é reassumir o controle de Goma e de Sake das mãos das tropas do governo.
Instalações da ONU
No último dia 14, o M23 usou artilharia pesada e atingiu também instalações das Nações Unidas no local. Com a demarcação da zona de segurança, a Monusco quer afastar as ameças de mais fogo cruzado.
A Missão também informou que a zona de segurança poderá ser alargada caso necessário. Por causa dos riscos para a população civil, os boinas-azuis da ONU irão apoiar as forças do governo em outras áreas do norte da província.
Qualquer pessoa armada na região e que não pertença ao Exército da RD Congo terá 48 horas para entregar as armas à Missão da ONU. A partir de 4 da tarde, horário de Goma, do dia 1º de agosto, elas serão consideradas uma ameaça iminente para os civis.
Solução Política
A Monusco informou ainda que irá “tomar todas as medidas necessárias” para desarmar os cidadãos que não ouvirem o apelo, o que inclui uso da força.
O general Carlos Alberto dos Santos Cruz elogiou os integrantes das forças armadas congolesas pelas ações de combate aos rebeldes nas últimas semanas. É a primeira vez que as forças da Monusco irão garantir a segurança da área.
O chefe civil interino da Monusco, Moustapha Soumaré, voltou a pedir a todos os lados do conflito que busquem uma solução política como previsto no Acordo de Cooperação, Segurança e Paz para a RD Congo e a região.