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Ban fala do impacto da perda de vidas para reconciliação no Egito

Ban fala do impacto da perda de vidas para reconciliação no Egito

Com líderes da região, chefe da ONU expressou alarme com últimos desenvolvimentos e a perda de vidas; alta comissária para os Direitos Humanos diz que novos protestos são inevitáveis.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Secretário-Geral da ONU afirmou que, com cada nova morte, o processo de reconciliação torna-se mais difícil a longo prazo no Egito.

Ban Ki-moon, expressou profunda preocupação com o rumo da transição no país, ao condenar vigorosamente a onda de violência na sequência das manifestações deste fim de semana.

Moderação

Agências de notícias referem que, um dia depois de confrontos no Cairo, o novo ministro das Relações Exteriores teria pedido moderação na sequência da morte de pelo menos 70 pessoas.

Já o alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos anunciou que mais de 150 egípcios morreram nos protestos do mês passado na capital e em outras cidades, apesar de advertências e dos apelos de contenção.

Gestão Pacífica

No fim de semana, Ban telefonou para o vice-presidente interino egípcio, Mohamed ElBaradei, a quem transmitiu um apelo às autoridades para que assumam a responsabilidade plena pela gestão pacífica dos protestos. Ao governante, também foi pedido que seja garantida a proteção de todos os egípcios, independentemente da sua filiação partidária.

Ban Ki-moon discutiu a situação com os ministros dos Negócios Estrangeiros da Turquia e do Catar, além do Secretário-Geral da Liga Árabe. Com os representantes, o chefe da ONU abordou o alarme com a situação no Egito, com destaque para a perda de vidas nos últimos dois dias.

Investigação

A alta comissária para os Direitos Humanos, Navi Pillay disse que, pela segunda vez num mês, pedia uma investigação “credível, independente e rápida" sobre os assassinatos em grande escala.

Em comunicado, a responsável destaca que forças de segurança parecem estar fortemente implicadas, tendo apelado que os responsáveis sejam levados à justiça.

Promessa

Navi Pillay alertou que a abordagem confrontacional, de ambos os lados, “está a levar ao desastre,” ao citar a promessa do Ministério do Interior de que as forças de segurança lidariam de forma “firme e forte” com ameaças à estabilidade nacional.

Nesta segunda-feira, as agências noticiosas informaram que o presidente interino, Adly Mansour, autorizou o chefe do governo a conceder os poderes do exército para prender civis.

Pillay sublinhou que novos protestos são inevitáveis, perante os acontecimentos dos últimos dias. Para a representante, a responsabilidade de garantir que não haja repetição de acontecimentos terríveis e profundamente trágicos recai claramente em ambas as forças de segurança e os manifestantes.