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Pillay pede a Israel para reconsiderar lei que viola direitos de beduínos BR

Pillay pede a Israel para reconsiderar lei que viola direitos de beduínos

Cerca de 40 mil beduínos árabes podem ser despejados de suas casas caso o Parlamento israelense adote medida; lei permitiria demolição de 35 vilarejos no deserto de Negev. 

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

Cerca de 40 mil beduínos árabes estão correndo o risco de despejo e deslocamento forçado, caso o parlamento de Israel adote um projeto de lei que permitiria a demolição de 35 vilarejos beduínos no deserto de Negev.

Segundo a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, a legislação “afronta os direitos de grupos minoritários em Israel”. Para Navi Pillay, a medida é mais um indicador das “políticas discriminatórias contra cidadãos árabes.”

Sem Casa

Pillay explica que caso o projeto de lei seja aprovado pelo Parlamento, os beduínos serão forçados a deixar suas casas e perderão o direito à terra. A alta comissária disse estar “alarmada” com a proposta que “busca legitimizar o deslocamento forçado de comunidades indígenas beduínas no sul de Israel.”

Em Genebra, o porta-voz da alta comissária declarou que as consultas não levaram em conta a opinião dos beduínos.

Cidadãos

Rupert Colville lembrou que os beduínos árabes em Negev são cidadãos de Israel e têm os mesmos direitos que qualquer israelense. Colville disse que eles deveriam ser respeitados e ouvidos nas consultas sobre o projeto de lei.

De acordo com o escritório de Direitos Humanos, o projeto prevê aos beduínos uma indenização limitada, caso eles aceitem mudar para um dos sete distritos urbanos construídos pelo governo.

Em 2008, o governo de Israel criou uma comissão recomendando que os beduínos de Negev fossem reconhecidos como cidadãos do país e residentes legítimos da região desértica.