Atuação da Cplp na ONU tem aumentado, diz embaixador
Representante de Portugal junto às Nações Unidas afirma que concertação político-diplomática ajudou a chamar a atenção para a esfera global da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
A importância política da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, tem crescido no contexto das Nações Unidas. A declaração foi feita pelo novo embaixador de Portugal junto à ONU, Álvaro Mendonça e Moura.
Segundo o diplomata português, as ações de concertação-diplomática, que são o primeiro pilar do bloco lusófono, estão ajudando a chamar a atenção de outros países-membros da ONU para a “dimensão global” da Cplp.
Todos os Continentes
Presente em todos os continentes, através dos oito países que falam português, a Cplp tem facilidade de diálogo em várias áreas das Nações Unidas.
Nesta entrevista à Rádio ONU, o embaixador Álvaro Mendonça e Moura explicou a atuação do grupo em Nova York.
“Temos esta cumplicidade, esta troca de informações e, muitas vezes, quando é possível, nós votamos juntos. Mas não é nenhuma obrigação. Curiosamente quando os países se candidatam a algum lugar aqui nas Nações Unidas, rara é a vez em que não vêm falar com a Cplp. É que se um país disser que conseguiu o apoio da Cplp, então muito provavelmente não vai ter o apoio só destes oito países (membros da Cplp), vai ter o apoio de muitos outros países.”
Mercosul e União Africana
Todos os oito países da Cplp participam de blocos regionais como o Mercosul, a União Europeia, a União Africana, a Asean e outros. Segundo o embaixador de Portugal, as pertenças a outros grupos regionais criam um efeito multiplicador de atuação política.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa foi criada em 1996. Na ONU, as reuniões mensais de articulação política começaram durante a presidência rotativa de Angola, cujo mandato foi encerrado no ano passado, quando se iniciou a presidência rotativa de Moçambique no bloco.