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OIT pede políticas amplas e inclusivas para criar mais empregos no G-20

OIT pede políticas amplas e inclusivas para criar mais empregos no G-20

Único país de língua portuguesa no grupo, o Brasil é mencionado pela queda no desemprego de jovens; relatório menciona África do Sul, por ampliar benefícios para pessoas vulneráveis.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Organização Internacional do Trabalho, OIT, apresentou esta quarta-feira as “Perspetivas de Curto Prazo no Mercado de Trabalho e os Principais Desafios dos Países do G-20”.

A estatística atualizada foi divulgada em Moscovo, durante a reunião dos ministros do Trabalho e do Emprego das maiores economias do mundo mais a União Europeia. O documento foi elaborado em parceria com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, Ocde.

Crescimento

O estudo recomenda a adoção de mais políticas amplas e inclusivas para a criação de postos de trabalho. O objetivo é garantir um crescimento forte, sustentável e equilibrado nos membros do grupo.

A OIT aconselha, ainda, que seja impulsionado o nível e a cobertura dos salários mínimos para conter a pobreza e a desigualdade, no que também deve contribuir para a demanda doméstica. A estratégia é implementada pela África do Sul, que é citada por ampliar os benefícios para a terceira idade, invalidez e dependentes.

O desemprego está em alta em metade dos países, com a Espanha a destacar-se na proporção de pessoas sem trabalho com 26,8% - o bloco europeu tem 11% - e a África do Sul com 25,2%.

Implicações

Devido às altas taxas de desemprego entre os jovens, a participação no mercado de trabalho também caiu, provocando o que o estudo chama “preocupantes implicações a longo prazo.”

Com uma taxa de desemprego de 5,8%, o Brasil regista um declínio nos níveis de jovens sem trabalho relativamente às taxas pré-crise, ao lado da Alemanha e da Indonésia. Essa tendência é contrária em 12 países do grupo com destaque para a Espanha e a Itália.

Renda

No Brasil, a incidência de desemprego a longo prazo também baixou, ao contrário da África do Sul, da Grã-Bretanha e dos EUA. A desigualdade de renda no Brasil também caiu 1,3% destacando-se juntamente com a África do Sul que tem 2,2%.

De acordo com os dados, as mudanças demográficas em muitos países estão a começar a ter um impacto sobre os mercados de trabalho com o declínio acentuado na taxa de crescimento da população activa.

Entre as medidas de sucesso identificadas para aumentar empregos, salários e rendimentos é referida a iniciativa “Brasil Sem Miséria”, por combinar transferências de dinheiro, oportunidades de emprego e o acesso aos serviços públicos para pessoas pobres.