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Após ouvir Malala, estudante brasileiro pede mais acesso à escola BR

Após ouvir Malala, estudante brasileiro pede mais acesso à escola

Ricardo de Luca Tuma, 18 anos, foi um dos 500 estudantes escolhidos para ouvir o discurso de Malala na ONU; ele defende acesso à escola para os menos privilegiados.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Um estudante brasileiro de São Paulo foi um dos jovens escolhidos para assistir de perto ao primeiro discurso público da menina paquistanesa Malala Yousafzai, na sede das Nações Unidas.

Malala, que sobreviveu a um atentado de extremistas talebãs, falou a cerca de 500 jovens de 100 países. O evento, conhecido como Dia de Malala, marcou ainda o aniversário de 16 anos da menina.

Desenvolvimento

Ricardo de Luca Tuma, 18 anos, falou à Rádio ONU logo após assistir ao discurso. Segundo ele, a educação é o “primeiro passo para qualquer pessoa atingir seus direitos humanos”.

Inspirado por Malala, ele defendeu o acesso à escola como a melhor maneira de se alcançar o desenvolvimento completo de uma nação.

Carência

“Acho que com certeza a Malala faz parte de um movimento muito mais amplo e muito mais antigo, mas ela se tornou uma imagem que conseguiu unificar todos nós. Compartilhamos o mesmo interesse em dar educação para todos. O problema no Brasil é que temos escolas muito boas, mas para a população menos privilegiada, sem acesso aos meios financeiros, eles ficam carentes de educação, o que previne as futuras gerações de se desenvolverem. É um ciclo vicioso e educação é o único meio de se desenvolver um país plenamente.”

Ricardo acaba de terminar o ensino médio no País de Gales e foi aprovado para estudar antropologia e medicina na Universidade de Columbia, uma das mais conceituadas em Nova York.

O jovem estudante diz que após passar um dia na sede das Nações Unidas e em contato com adolescentes de vários países, ele tem esperança em um mundo onde todos os meninos e meninas possam ir à escola.

Determinação

“À medida que a minha geração chega a posições mais altas, nós queremos um mundo melhor. Nós queremos um mundo mais igual, queremos acesso à educação, ao desenvolvimento e com certeza há esperanças bem grandes para o futuro.”

O Fundo da ONU para a Infância, Unicef, considerou o Dia de Malala, um evento “memorável”, quando o assunto principal foi o direito de todos à educação de qualidade.

Para o diretor do Unicef, Anthony Lake, “Malala é uma inspiração para milhões de pessoas” e sua “bravura e determinação” servem de espelho para meninas e meninos do mundo todo, que arriscam suas vidas buscando acesso à escola.