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Moçambique: lançado alerta para seriedade da gravidez na adolescência

Moçambique: lançado alerta para seriedade da gravidez na adolescência

Agência diz que o número de adolescentes moçambicanas dos 15 aos19 anos, que se tornam mães ou ficam grávidas pela primeira vez atingem 37.5%.

Manuel Matola, da Rádio ONU em Maputo. 

O Programa da ONU para a População, Unfpa, chamou a atenção das autoridades moçambicanas para o que considerou “sério problema” da gravidez na adolescência em Moçambique.

Segundo a agência, cerca de 40% das raparigas moçambicanas ficam grávidas pela primeira vez antes dos 20 anos.

Dia Mundial

Em nota divulgada no Dia Mundial da População, a representante do Unfpa em Moçambique, Bettina Maas, disse que a situação da gravidez na adolescência no país “merece particular atenção” do governo e da sociedade.

As Nações Unidas referem que 16 milhões de adolescentes entre 15 e 19 anos dão à luz anualmente a nível mundial. De acordo com a organização, em Moçambique, a proporção é de 37.5%.

Prevenção

Em entrevista à Rádio ONU, de Maputo, a embaixadora do Planeamento Familiar para a Juventude pelo Fundo das Nações Unidas para a População em Moçambique, Margarida Jeiambe, falou do impacto do seu trabalho de prevenção da gravidez na adolescência no país.

“São resultados até ao momento que posso considerar positivos. Mais meninas estão a conhecer o preservativo feminino, interessam-se por conhecê-lo, mais pessoas estão a perceber que o planeamento familiar também é para os jovens, também para as pessoas que não tenham filhos”.

Ações

Mas Margarida Jeiambe diz que o país ainda tem muito trabalho nesse campo.

“Sem dúvida, há muito mais que fazer. Não posso só falar de coisas positivas, mas há muito mais coisas a ser feitas: além de fazer com que as pessoas conheçam, é necessário que esses jovens tenham acesso a esses contraceptivos. O meu papel pode ser promover, dizer: existe, usem, mas quando estas pessoas forem à unidade sanitária, eles têm que encontrar”.

A gravidez na adolescência é o tema das comemorações do Dia Mundial da População deste ano. As Nações Unidas associam o fenómeno a fatores como pobreza, desigualdade de género, violência, casamento forçado, falta de acesso a escolas e falha do sistema de protecção das adolescentes.