Gravidez na adolescência afeta 16 milhões de meninas por ano
No Dia Mundial da População, comemorado neste 11 de julho, organização pede mais oportunidades a essas jovens; Secretário-Geral destaca importância da educação sexual adequada.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A gravidez na adolescência é o tema este ano do Dia Mundial da População, que está sendo comemorado nesta quinta-feira. Segundo as Nações Unidas, 16 milhões de adolescentes entre 15 e 19 anos dão à luz todos os anos.
Na mensagem sobre o dia, o Secretário-Geral da ONU destaca que “este tópico sensível exige atenção global”. Ban Ki-moon lembra que muitas adolescentes nunca tiveram a oportunidade de planejar a gravidez.
Complicações
O chefe da ONU destaca que problemas durante os nove meses e na hora do parto podem causar fístula obstétrica e outras complicações, sendo a principal causa de morte “dessas jovens vulneráveis”.
Segundo Ban, as adolescentes também enfrentam riscos de doenças, lesões e até morte por abortos inseguros.
O Secretário-Geral defende a inclusão de mais meninas na escola primária, para que elas tenham a chance de uma boa educação na adolescência.
Educação Sexual
O Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa, acredita que todos os governos deveriam criar leis que definam os18 anos como a idade mínima para o casamento, além de prevenir o casamento infantil e suas consequências.
Ban Ki-moon lembra que ao ser educada, uma jovem tem a tendência de se casar mais tarde, ficar grávida quando realmente se sentir pronta e ter um rendimento mais elevado.
O Secretário-Geral também é favorável que os adolescentes de idade apropriada tenham educação abrangente sobre sexualidade, além de acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva.
Ban pede ainda a garantia de serviços de planejamento familiar e de prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV.
Pobreza e Desigualdades
O chefe da ONU afirma que está comprometido em apoiar as adolescentes a se desenvolver e contribuir para o futuro.
De acordo com o Unfpa, a gravidez na adolescência está ligada à pobreza, desigualdade de gênero, violência, casamento forçado, falta de acesso a escolas e falha do sistema em proteger seus direitos.
Para o Unfpa, quebrar o ciclo da gravidez na adolescência requer compromisso das nações, comunidades e indivíduos em investir nas jovens.