Situação na República Centro-Africana continua instável, segundo Acnur
Agência da ONU manifesta-se extremamente preocupada com condições no país com mais de 200 mil deslocados internos e 20 mil refugiados.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Três meses após a destituição do governo da República Centro-Africana, o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, afirma que está “extremamente preocupado” com a situação dos civis no país.
A agência aponta para mais de 200 mil deslocados internos e 20 mil refugiados no país. Em Junho, o Acnur teve acesso limitado à capital, Bangui e a locais mais distantes, como Ouham, Batangafo, Bambari, Kaga Bandoro e Mbaiki.
Violência
O objetivo das visitas foi verificar as condições das pessoas afetadas pela recente onda de insegurança. O Acnur considerou o cenário de “perturbador”.
A agência da ONU diz que “há uma séria ausência de segurança” na República Centro-Africana. Os funcionários receberam relatos de detenções arbitrárias e ilegais, tortura, extorsão, assalto à mão armada, violência física e sexual, estupros, restrição de movimentos e ataques a civis.
Vilarejos
Há relatos de grupos armados que incendiaram casas e vilas em algumas áreas. Foi igualmente referido o aumento da violência contra mulheres e crianças, com parte das vítimas a receber apoio de agências humanitárias.
A outra preocupação do Acnur é com a prisão recente de um antigo integrante do governo que trabalhava em Bangui. A agência da ONU tenta obter informações sobre o detido e a pedir a garantias de segurança.
Acampamentos
Várias escolas permanecem fechadas e o acesso a serviços básicos e de saúde estão limitados. Apesar da volatilidade da segurança, o Acnur anunciou a coordenação de esforços para atender os refugiados que vivem em acampamentos no país.
Desde dezembro, cerca de 60 mil pessoas deixaram a República Centro-Africana devido à insegurança, e outros milhares procuraram abrigo na vizinha República Democrática do Congo.
*Apresentação: Eleutério Guevane.