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Parceiros matam até 66 mil mulheres com armas de fogo por ano, diz estudo

Parceiros matam até 66 mil mulheres com armas de fogo por ano, diz estudo

Pesquisa anual, publicada esta terça-feira, indica que maior parte das mortes acontece em casa levada a cabo pelo parceiro ou ex-cônjuge da vítima.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Anualmente, cerca de 66 mil mulheres são mortas violentamente por armas de fogo em 111 países, refere uma pesquisa global sobre armas de pequeno porte apresentado, esta terça-feira, em Genebra.

De acordo com trabalho feito pela Suíça, as mulheres formam o maior número de vítimas assassinadas, feridas ou intimidadas com armas de fogo dentro da própria casa.

Projeto Independente

O estudo “Levantamento de Armas Leves” é um projeto independente de pesquisa do Instituto de Pós-Graduação dos Estudos Internacionais e Desenvolvimento, em Genebra.

A maior parte das mortes acontece em casa, cometida pelo parceiro da vítima ou um ex-cônjuge.

Violência Armada

A diretora da pesquisa, Anna Alvazzi del Frate, destacou, da capital suíça, que o risco de violência armada por parte do parceiro íntimo é maior nos países com altos níveis de violência em geral.

A responsável calcula que 526 mil pessoas morram de forma violenta por ano, mas apenas 10% em conflitos ou guerras.

O estudo mostra que “desigualdade de género, tolerância, aceitação cultural da violência contra a mulher e noções comuns de masculinidade estão ligadas à posse de armas”.

Violência Doméstica

Os fatores, quando combinados, criam um “clima que coloca as mulheres em maior risco de sofrer violência doméstica que envolve armas de fogo.”

A posse de armas por civis é 75% das quase 875 milhões de pequenas armas existentes no mundo. As forças armadas nacionais e agentes da lei controlam menos de um quarto do estoque global de armas de pequeno porte.

*Apresentação: Eleutério Guevane, com reportagem de Patrick Maigua, da Rádio ONU em Genebra.