Efeitos da desnutrição têm grande peso na economia da Etiópia, diz PMA
Levantamento do Programa Mundial de Alimentos calcula que o país perde, por ano, 16,5% de seu PIB devido à má nutrição infantil; mais de dois a cada cinco menores etíopes sofre de nanismo.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
A Etiópia perde, por ano, 16,5% de seu Produto Interno Bruto, PIB, devido aos efeitos de longo prazo da má nutrição infantil. O levantamento é do Programa Mundial de Alimentos, PMA, e faz parte do estudo “O Custo da Fome em África”.
Segundo a agência, a perda anual associada à desnutrição no país equivale a cerca de US$ 3 milhões. O PMA ressalta que a Etiópia fez progressos na última década para reduzir os índices de fome e desnutrição. Ainda assim, 28% dos casos de mortalidade infantil no país estão associados à falta de nutrição adequada.
Nanismo
O estudo afirma que mais de duas a cada cinco crianças etíopes sofre de nanismo, resultado de baixos nutrientes quando o bebé ainda está no útero ou durante os seus primeiros cinco anos de vida.
O nanismo também está associado a 16% das repetições nas escolas primárias da Etiópia. E as crianças com nanismo atingem 1,1 ano a menos em educação escolar.
Força de Trabalho
Segundo o PMA, 81% dos casos de má nutrição em menores e patologias relacionadas ficam sem tratamento. A mortalidade infantil associada com a desnutrição reduziu a força de trabalho etíope em 8%.
O levantamento confirma ainda que mais de seis a cada dez adultos da Etiópia sofreram de baixo crescimento enquanto crianças. As estatísticas sobre o país foram divulgadas pelo PMA esta terça-feira.
O estudo “O Custo da Fome em África” mede os impactos económicos da má nutrição em 12 países do continente. A Etiópia é a terceira nação a divulgar os dados do levantamento.
*Apresentação: Denise Costa.