Perspectiva Global Reportagens Humanas

Em três anos, Moçambique aumentou número de refugiados para 14 mil

Em três anos, Moçambique aumentou número de refugiados para 14 mil

Cifra equivale a um aumento de 66%; Governo fala do impacto da crise económica no acolhimento aos exilados no país, mas garante existirem condições para os albergar

Manuel Matola, da Rádio ONU, em Maputo.*

O número de refugiados de guerra em Moçambique subiu 66% e atingiu a cifra de 14 mil, nos últimos três anos.

Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Apoio aos Refugiados de Moçambique, Inar, no âmbito do Dia Mundial do Refugiado, assinalado a 20 de Junho.

Grandes Lagos

Em 2010, o país registou a entrada de cerca de 9,2 mil refugiados, a maioria proveniente da região africana dos Grandes Lagos. A República Democrática do Congo foi o ponto de partida de grande parte dos candidatos a asilo.

Falando à Rádio ONU, em Maputo, o responsável pela repartição de Proteção Legal no Inar, Ivo Boaventura, destacou os desafios das autoridades moçambicanas no acolhimento dos exilados.

Sofrimento

“Temos agora cerca de 14 mil refugiados em Moçambique. De ano para ano, a existirem os repatriamento e ressentamentos, o número vai crescendo e vai reduzindo simultaneamente. O grosso deles está concentrado no centro de Marretane, na província de Nampula, e o resto distribuído pelas províncias. Na medida do possível, o governo em coordenação com os outros parceiros de implementação tem feito de tudo para poder acolher e minimizar aquilo que é o sofrimento do próprio refugiado”.

Medidas Paliativas

O responsável reconheceu o impacto da crise financeira mundial no apoio a esta comunidade. Para minimizar os danos, as autoridades moçambicanas garantem estar a adotar medidas paliativas.

“Nós damos um treinamento vocacional para, na medida do possível, dotar os refugiados de conhecimentos sólidos para o seu auto-sustento. Eles têm electricidade, costura, carpintaria, agricultura, pecuaria. A posterior, eles são disponibilizados algum material para poder iniciar com a sua actividade, para não depender só da ajuda do governo e dos parceiros de implementação destas mesmas actividades, eles se tornarem assim auto-suficientes”.

No âmbito da data, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados lançou uma nova campanha global de mobilização social, que visa expôr o impacto devastador da guerra nas familías.

*Apresentação: Eleutério Guevane.