Cabo Verde defende que seja agregado valor ao vinho da Ilha do Fogo
Ministro da Cultura defende viabilidade da aposta para a economia criativa; dados oficiais estimam que produção anual do produto ultrapassa 50 mil garrafas.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O ministro da Cultura de Cabo Verde, Mário Lúcio Sousa, defende uma presença com mais valor agregado do vinho produzido no vulcão da Ilha do Fogo.
O governante considera a aposta viável para a economia criativa. O papel do tipo de atividades para o desenvolvimento foi abordado numa reunião de alto nível que decorreu, recentemente, na sede das Nações Unidas.
“Para nós, é importante aparecer o vinho do Fogo, Cabo Verde. Isso chama-se intangível. Quando você não agrega o intangível ao produto, não é dono do produto. Qualquer internacional pode colocar a sua marca e vender. Mas, se você colocar, hoje, o mercado de nicho é a gente ter três garrafas e dizer ‘conheço este, este e aquele, qual é o que vou comprar?”
O ministro revelou a diferenciação e destacou os benefícios económicos do vinho. De acordo com dados oficiais, a produção do produto ultrapassa, anualmente, as 50 mil garrafas
“Você lê o rótulo ‘esta aqui é uma uva mosquetel que desapareceu na Europa e só ficou nas ilhas de Cabo Verde levado por um conde francês chamado Montron. Mas esse vinho é o único do mundo produzido dentro da cratera de um vulcão, é completamente biológico. Então, vou ver que 712 pessoas fazem da cratera de um vulcão, um dos melhores vinhos do mundo. Vou ver, isso chama-se intangível no produto industrial, onde a gente não elimina a velha economia mas complementa a velha economia”, explicou.
Sousa também defendeu que haja maior inclusão de dados sobre postos de trabalho absorvidos pela área cultural nas estatísticas sobre o emprego do seu país.