Ministro destaca papel da música para nova economia de Cabo Verde

Na ONU, o titular da pasta da Cultura cabo-verdiana discutiu a influência do setor no desenvolvimento; autoridades do país consideram área musical uma  prioridade cultural.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O ministro da Cultura de Cabo Verde, Mário Lúcio Sousa, destacou o contributo da música nos rendimentos do país.

O governante falava à Rádio ONU, em Nova Iorque, após participar numa reunião de alto nível sobre o papel da cultura no desenvolvimento pós-2015, realizada na sede das Nações Unidas.

Novo Papel

No encontro, Sousa chamou a atenção para o facto de a área cultural assumir um novo papel para a chamada economia criativa, ao fazer um paralelo com as outras fontes de rendimento do arquipélago.

“O maior produto de exportação é a música e não o pescado. Quantos milhões exporta a pesca, fizeram ali as contas e não sei quantos milhões. Então pergunta quantos discos da Cesária Évora se venderam no mundo, quantos concertos ela fez e que montantes isso significou nos últimos anos? Simplesmente é 10 vezes superior à exportação do pescado,” destacou.

Orçamento

A música é considerada uma prioridade cultural pelas autoridades cabo-verdianas. Ela é produzida por cantores e empresários do país em vários centros da diáspora.

Dados oficiais apontam para a existência de mais de 500 mil cabo-verdianos no exterior, um número que ultrapassa ligeiramente ao dos residentes no arquipélago. O ministro também abordou a influência da diáspora na economia de Cabo Verde.

Mário Migrantes Remessas

“Quanto dinheiro os emigrantes mandam para Cabo Verde todos os anos? Representa 24% do nosso financiamento do Orçamento de Estado. Isso chama-se exportação e não importação. Você exportou gente que foi, criou confiança, vendeu o que sabe fazer e manda o dinheiro para o país. Isso é exportação,” referiu.

Sousa destacou que o turismo gera 23% do Produto Interno Bruto de Cabo Verde.