Documentos de D. Pedro II e Niemeyer podem virar patrimônio da Unesco
Cartas do imperador e coleção de quase 9 mil trabalhos do arquiteto estão entre as 84 indicações para a lista “Memória do Mundo”; eleição começa no dia 18.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O Brasil fez duas nomeações para a lista “Registro da Memória do Mundo” da Unesco. A primeira, as Jornadas do Imperador Dom Pedro II são compostas de documentos escritos durante os 49 anos do seu reinado, entre 1840 e 1889.
As cartas foram escritas e recebidas por D. Pedro II durante períodos no Brasil e em outros continentes. Segundo a Unesco, os documentos, incluindo diários, pertencem a um “período de mudanças históricas profundas, relacionadas a referenciais de modernidade a partir da perspectiva do Imperador do Brasil”.
Diplomacia
A agência da ONU destaca ainda que as escrituras revelam aspectos do pensamento, das descobertas científicas, da diversidade cultural e das paixões políticas de D. Pedro II, além de “analisar as relações diplomáticas entre Brasil e outras nações.”
Já a segunda nomeação brasileira: os arquivos do arquiteto Oscar Niemeyer também podem entrar para a lista Memória do Mundo. A coleção tem quase 9 mil documentos, incluindo esboços e álbuns com desenhos técnicos.
Raridade
A Unesco diz que o material forma “um valioso registro do trabalho de um artista que marcou a arquitetura internacional do século 20”. Segundo a agência, os esboços e álbuns são “raros e únicos”, revelando as curvas e a poesia que foram a marca de Niemeyer.
Já Portugal indicou para a lista o diário da primeira viagem de Vasco da Gama para a Índia, escrito entre 1947 e 1499. O manuscrito é a única cópia conhecida dos relatos do explorador.
Bolívia e Cuba fizeram uma nomeação juntas para a lista que é a coleção de manuscritos sobre a vida e o trabalho de Ernesto “Che” Guevara.
No total, o comitê da Unesco vai avaliar 84 nomeações, de 54 países. A eleição será realizada na Coreia do Sul, entre os dias 18 e 21 de junho.
O objetivo do programa Memória do Mundo é preservar e proteger os documentos considerados patrimônios da humanidade.