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Sudão do Sul: confrontos em Jonglei levam à fuga em massa, diz Acnur

Sudão do Sul: confrontos em Jonglei levam à fuga em massa, diz Acnur

Agência diz que restrições de segurança impedem acompanhamento e resposta às necessidades humanitárias; pessoas abrigam-se no mato e em áreas de difícil acesso.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

A onda de combates entre o governo e grupos armados no estado sul-sudanês de Jonglei já provocou o deslocamento de dezenas de milhares de civis.

O Alto Comissariado para Refugiados, Acnur,  revelou, esta terça-feira, que várias pessoas fogem para o mato e para áreas de difícil acesso devido aos confrontos iniciados em março passado.

Combinação de Fatores

Em maio, a missão da ONU no Sudão do Sul, Unmiss,  atrubuíu o agravamento da tensão a uma combinação de fatores. Entre eles estariam o envolvimento de “guardas florestais dissidentes, de elementos que aparentam ser soldados indisciplinados e de grupos armados que ameaçam civis.”

O Acnur apontou as restrições de segurança como a principal barreira para fazer o acompanhamento e dar resposta às necessidades humanitárias.

Pibor

Os combates são tidos como alarmantes na área administrativa de  Pibor, o ponto de partida de 2 mil pessoas albergadas na fronteira com a Etiópia. O número é acrescido às 16 mil novas chegadas registadas no país vizinho, num ano.

Durante os deslocamentos, os civis também optam por caminhar longas distâncias em busca de refúgio no Quénia, no Uganda, aponta o Acnur.

Violações

Com o aumento da tensão, há alegações de ilegalidades que incluem abusos indiscriminados e saques de bens, além de violações de direitos humanos consideradas “significativas e preocupantes.”

O Acnur refere que grande parte dos 148 mil residentes de Pibor é composta por afetados que se deslocaram mais de uma vez da área para fugir de combates.

*Apresentação: Denise Costa.