Cerca de 6 mil sírias foram vítimas de violência em maio, afirma Unfpa BR

Cerca de 6 mil sírias foram vítimas de violência em maio, afirma Unfpa

Agência da ONU forneceu assistência médica e psicológica para mulheres que sofreram abuso físico ou sexual; outra preocupação é ajudar mais de 300 mil grávidas.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O Fundo da ONU para População, Unfpa, alertou nesta terça-feira sobre os efeitos do conflito da Síria na vida de milhares de mulheres e meninas que continuam no país ou que fugiram para nações vizinhas.

A violência de gênero é um dos grandes problemas enfrentados pelas sírias, e afetou cerca de 6 mil mulheres só nas últimas duas semanas do mês de maio.

Ponta do Iceberg

O coordenador de resposta humanitária do Unfpa, Dan Baker, divulgou os números em Genebra.

Baker disse que o Unfpa forneceu assistência psicológica para 2 mil mulheres dentro da Síria, o que pode ser “apenas a ponta do iceberg”, segundo ele. Entre as refugiadas que vivem em países vizinhos, 4 mil receberam alguma ajuda após sofrer violência física ou sexual.

Cesarianas

O Unfpa também enfrenta uma crise na saúde materna. No momento, mais de 330 mil sírias estão grávidas e devido às difíceis circunstâncias, muitas mulheres e seus médicos estão optando pela “cesariana preventiva”, para garantir um parto seguro para mãe e bebê e prevenir infecções.

Segundo a agência, entre 35% e 65% das grávidas passam por cesárea, um índice considerado muito alto, na comparação com o padrão de 15%.

Nos campos de refugiados na Jordânia, mais de 3 mil mulheres têm acesso a serviços de saúde reprodutiva fornecidos pela agência, como pré-natal e planejamento familiar.

Mas o Unfpa precisa de US$ 40 milhões, mais de R$ 80 milhões, para ampliar a ajuda às grávidas, prevenir a mortalidade materna, fornecer contraceptivos e assistir as vítimas da violência.